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'Temos um Congresso essencialmente corrompido', diz ex-ministro da Fazenda

Assista ao Roda Viva sobre Saídas para a Crise
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Do UOL, em São Paulo

09/09/2015 18h49Atualizada em 09/09/2015 18h49

"Nós temos um Congresso essencialmente corrompido, porque ele é essencialmente comprado". A afirmação foi feita por Luiz Carlos Bresser Pereira, ministro da Fazenda no governo Sarney e da Ciência e Tecnologia e da Administração Federal e Reforma do Estado no governo FHC.

"O sistema eleitoral que nós temos, baseado em financiamento privado de campanha, é um sistema no qual as grandes empresas compram os deputados. E os deputados querem ser comprados. Isso é uma coisa profundamente antidemocrática e corrupta", afirmou.

Ele participou de um programa Roda Viva especial apresentado pela TV Cultura, nesta segunda-feira (7), para debater saídas para a crise política e econômica do país.

Além do ex-ministro, participaram do debate o advogado Rubens Naves, o economista e empresário Roberto Giannetti da Fonseca, o especialista em finanças públicas Amir Khair e o diretor do Núcleo de Pesquisas de Políticas Públicas da USP e editor do site Qualidade da Democracia, José Álvaro Moisés.

O financiamento de campanhas políticas por empresas está em discussão no Congresso nesta semana. Ontem (8), o Senado proibiu doações de empresas a partidos políticos e a candidatos a cargos eletivos. O projeto de reforma política, porém, retorna à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9) e é possível que essa proibição seja derrubada.

Roberto Giannetti da Fonseca, ex-secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) no governo FHC, sugeriu a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para promover essa reforma. "Eu não acredito em reforma política feita pelos políticos", disse.

Para Bresser, a operação Lava Jato é "a causa principal da crise política, porque aqueles políticos no Congresso estão todos ameaçados concretamente de serem processados". Sobre os casos de corrupção denunciados, afirmou que "sempre existiu, a vida inteira" e "nós sabíamos".