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Após cortar nota do país, agência de risco Fitch rebaixa bancos brasileiros

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Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

21/10/2015 18h20Atualizada em 21/10/2015 18h24

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito de bancos brasileiros como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander Brasil, BTG Pactual, Banco Pan, entre outros. O anúncio foi feito após o corte da nota do país, há menos de uma semana.

Na ocasião, a agência rebaixou a nota do Brasil de "BBB" para "BBB-", mas ainda manteve o país com o selo de bom pagador. A perspectiva é negativa, ou seja, o próximo movimento deve ser novamente de corte da nota.

Movimento semelhante foi feito pela Standard & Poor's, que rebaixou o país, tirando o "grau de investimento", e um dia depois rebaixou várias empresas e instituições financeiras.

A terceira grande agência, a Moody's, informou no começo deste mês que decidiu manter a perspectiva negativa para os bancos brasileiros, o que significa um risco de corte da nota no curto prazo.

Brasil já perdeu um selo de bom pagador

Há três principais agências internacionais de avaliação de risco: Fitch, Moody's e Standard & Poor's.

No mês passado, a agência Standard & Poor's (S&P) tirou o selo de bom pagador do Brasil. 

A Fitch rebaixou a nota do país, mas manteve o grau de investimento. A Moody's, por sua vez, rebaixou o Brasil há quase dois meses, mas ainda manteve o selo de bom pagador, com perspectiva estável, o que sugere que a nota não mudará no curto prazo.

Um segundo rebaixamento pode ter impacto no mercado ainda maior do que o primeiro, porque muitos investidores estão impedidos de deter títulos que não tenham o selo de bom pagador por pelo menos duas das três principais agências de classificação de risco.

Avaliação de agências indica risco de calote aos investidores 

Governos e empresas conseguem dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo ou empresa tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores. 

Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país ou empresa tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.

O chamado grau de investimento indica aos investidores que uma economia ou negócio tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país ou companhia terão risco próximo a zero.

 

Entenda como as agência fazem o cálculo da nota

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.

Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.

Agências de risco falharam na crise

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.

Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

(Com Reuters)

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