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Agência rebaixa mineradora das barragens de Mariana e vê risco de calote

Christophe Simon/ AFP
Imagem: Christophe Simon/ AFP

Do UOL, em São Paulo

10/11/2015 19h50Atualizada em 10/11/2015 19h50

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de crédito da mineradora Samarco, do caso das barragens de Mariana (MG) para "Ba1". Isso faz com que ela fique no grau especulativo, ou seja é considerada uma empresa má pagadora, com risco de calote.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (10). O rompimento de duas barragens de rejeito mineral da Samarco em Mariana (MG) na última quinta-feira (5) devastou ao menos seis vilarejos da cidade, causando mortes e deixando desaparecidos e desabrigados.

A mineradora foi fundada em 1977 e fabrica pequenas bolas de minério de ferro usadas na produção de aço.

A Samarco é controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. Ela opera em Minas Gerais e no Espírito Santo e é a 10ª maior exportadora do país.

Há três principais agências internacionais de avaliação de risco: Fitch, Moody's e Standard & Poor's.

Avaliação de agências indica risco de calote aos investidores 

Governos e empresas conseguem dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo ou empresa tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores. 

Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país ou empresa tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.

O chamado grau de investimento indica aos investidores que uma economia ou negócio tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país ou companhia terão risco próximo a zero.

 

Entenda como as agências fazem o cálculo da nota

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.

Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.

Agências de risco falharam na crise

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.

Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

(Com Reuters)