IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Nestlé admite uso de trabalho escravo em alimento para gatos e lança plano

Reprodução
Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

25/11/2015 15h17Atualizada em 25/11/2015 19h28

A fabricante de alimentos Nestlé reconheceu que um de seus fornecedores usou trabalho escravo e anunciou um "plano de ação" para combater situações desse tipo. O anúncio oficial foi feito pela empresa em comunicado nesta semana, após uma investigação interna.

Para produzir a comida para gatos Fancy Feast, a companhia usou mariscos procedentes de um fornecedor na Tailândia que usa trabalho escravo.

A Nestlé informou que o produto Fancy Feast vendido no Brasil é importado da França, que não usa ingredientes provenientes da Tailândia.

Caso começou em agosto

O caso veio à tona em agosto deste ano, quando a fabricante foi alvo de uma ação coletiva nos EUA. Segundo a acusação, a Nestlé trabalha com a Thai Union Frozen Products PCL para importar 13 mil toneladas de comida para gatos destinadas às grandes marcas vendidas nos Estados Unidos. Parte dos ingredientes desses produtos procederia de trabalho escravo.

Na época, a Nestlé afirmou que trabalha com um código ético que obriga seus fornecedores a respeitar os direitos humanos e a legislação do trabalho. A empresa se associou a uma ONG 

A empresa, então, se associou à ONG Verité, que compila informações sobre navios de pesca, fábricas e granjas na Tailândia, e visita os portos do sudeste asiático para detectar violações dos direitos humanos.

Nesta semana, a Nestlé publicou um plano de ação para combater situações semelhantes.

Segundo a empresa, seu plano contém uma série de ações destinadas a proteger os trabalhadores de abusos, melhorar as condições de trabalho e combater práticas "inaceitáveis" em fornecedores da Tailândia.

Acusação fala em tráfico de pessoas

Homens e crianças, geralmente vítimas de tráfico de seres humanos em Mianmar e no Camboja, são vendidos a capitães de barcos pesqueiros que necessitam de tripulação, segundo a ação judicial.

O texto indica que essas pessoas chegam a trabalhar em turnos de 20 horas diárias em troca de remuneração mínima ou nula, e são agredidos se o trabalho não é considerado satisfatório.

Kit Kat troca fornecedores de cacau

Em agosto deste ano, a Nestlé anunciou que o KitKat irá fabricar todos os seus produtos com cacau de origem sustentável. O setor de chocolate foi criticado durante anos porque os produtores compram cacau de fazendas que utilizam trabalho infantil.

Visitas aleatórias a 200 fazendas na Costa do Marfim que fornecem para a Nestlé encontraram quatro crianças com menos de 15 anos trabalhando nas plantações de cacau, de acordo com um relatório da Fair Labor Association publicado no ano passado.

Desde 2012, a maior empresa de alimentos do mundo aceitou ser monitorada pela organização sem fins lucrativos para erradicar a prática.

(Com agências de notícias)