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Agência revisa nota de Embraer e Gerdau, após ameaçar piorar nota do país

Do UOL, em São Paulo

10/12/2015 18h37

Após colocar a nota de crédito do Brasil em revisão para rebaixamento, a agência de classificação de risco Moody´s reavaliou a situação da Embraer (EMBR3) e da Gerdau (GGBR4) nesta quinta-feira (10).

A Moody's manteve a nota "Baa3" da Embraer, mas mudou a perspectiva para negativa –antes era estável. A classificação "Baa3" é o último degrau do chamado grau de investimento --indicador de que o país ou empresa é considerado um bom pagador, um lugar recomendável para os investidores aplicarem seu dinheiro.

A manutenção da nota e a mudança de perspectiva se devem à decisão da agência, na quarta-feira (9), de colocar a classificação do Brasil em avaliação negativa para rebaixamento.

"A Embraer tem estreitas ligações com o governo federal brasileiro, mas sua significativa diversidade de receitas, liquidez adequada e exposição limitada à desvalorização da moeda local superam sua exposição à deterioração soberana no curto prazo", disse a analista sênior e vice-presidente da Moody's Cristiane Spercel.

Gerdau sob revisão

A Moody's colocou sob revisão para redução a nota do grupo siderúrgico Gerdau. Uma revisão significa, normalmente, que uma decisão pode ser tomada em um prazo de 90 dias.

A nota atual da Gerdau pela Moody's é de "Baa3". Além da revisão da perspectiva da nota brasileira, a agência citou a contínua fraqueza da indústria do aço no Brasil, responsável por cerca de 30% das receitas do grupo.

"A contínua revisão para baixo da perspectiva do PIB e as incertezas políticas vão continuar impactando os índices de confiança e a produção industrial no país, o que vai afetar diretamente as vendas domésticas da companhia e pressionar as métricas de crédito", afirmou a agência em comunicado.

 

Entenda como as agência fazem o cálculo da nota

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.

Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.

Agências de risco falharam na crise

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.

Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

(Com Reuters)