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Levy diz que rebaixamento é 'sério' e silencia sobre permanência no cargo

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

16/12/2015 13h16Atualizada em 16/12/2015 14h12

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, classificou como "sério" o rebaixamento da nota do Brasil e consequente perda do selo de bom pagador por uma segunda agência de classificação de risco. O corte foi anunciado no início da tarde desta quarta-feira (16) pela Fitch.

Segundo ele, a decisão da Fitch indica que nem tudo que precisa ser feito "está sendo feito no passo necessário" e é preciso "agora votar o que é preciso votar".

O ministro se referia a medidas de ajuste das contas públicas propostas pelo governo e que precisam ser aprovadas pelo Congresso, num momento em que a crise política dificulta esse processo.

Questionado se permanecerá no cargo, Levy permaneceu em silêncio. Notícia publicada hoje pelo jornal "Valor Econômico" afirma que ele já teria acertado há alguns dias, com a presidente Dilma Rousseff, sua saída do governo

 

“Fundamentos sólidos”

O Ministério da Fazenda afirmou nesta quarta-feira que a economia brasileira tem fundamentos positivos e sólidos, apesar dos indicadores de curto prazo e da incerteza atual, após a agência de classificação de risco Fitch rebaixar o rating do país e tirar o selo de bom pagador do país.

"Confiante nos fundamentos da economia, o governo brasileiro e o Ministério da Fazenda estão engajados em atacar os desequilíbrios fiscais existentes, buscando um orçamento 2016 robusto que proporcione sustentabilidade à dívida pública, confiança ao mercado e tranquilidade às famílias", disse o ministério em nota à imprensa.

Entenda como as agência fazem o cálculo da nota

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.

Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.

Agências de risco falharam na crise

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.

Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

(Com Reuters)