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'Prévia' do PIB recua 0,63% em outubro e acumula queda de 3,69% no ano

Do UOL, em São Paulo

18/12/2015 08h37Atualizada em 18/12/2015 09h44

O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" do PIB (Produto Interno Bruto), caiu 0,63% em outubro, na comparação com setembro, segundo informações divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (18). A comparação é feita já descontando as diferenças sazonais entre os meses de setembro e outubro.

Essa foi a oitava queda mensal consecutiva do indicador. No ano, a "prévia" do PIB aponta redução de 3,69% sobre o mesmo período do ano passado (3,66% na série com ajuste).

Na comparação com outubro de 2014, o IBC-Br recuou 6,38% na série observada e teve queda de 6,19% na série com ajuste.

Nos 12 meses encerrados em outubro, o índice de atividade aponta queda de 3,2% na série sem ajuste e de 3,16% no dado dessazonalizado. Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal.

O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país.
 

Recessão se aprofunda

O resultado do IBC-Br mostra que o cenário de recessão está piorando. A economia brasileira encolheu 1,7% no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, segundo os dados do PIB (Produto Interno Bruto) oficial, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na comparação com o terceiro trimestre de 2014, a queda foi de 4,5%, no pior resultado desde 1996, quando começa a série histórica.

Foi o terceiro trimestre seguido de queda, na comparação com os trimestres imediatamente anteriores. Bastam dois trimestres seguidos de recuo para se considerar que um país está em recessão técnica.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o Brasil registra o sexto trimestre consecutivo de queda do PIB. É a maior sequência de resultados negativos da série histórica. 

Crise piora cenário

A contínua fraqueza da economia reflete desempenhos pífios de vários setores da atividade, bem como inflação e juros altos, aumento do desemprego e contas públicas em desordem, o que vem minando a confiança de consumidores e empresários.

"O recuo refletiu, essencialmente, o desempenho negativo da produção industrial no período. A nova retração do índice, juntamente com os indicadores coincidentes de atividade já divulgados, sugere mais um declínio do PIB neste trimestre", apontou o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, em nota, de acordo com a agência de notícias Reuters.

O cenário de profunda deterioração econômica é agravado pela forte crise política com o processo de impeachment contra a presidente Dilma Roussef.

Tudo isso já levou as agências de classificação de risco Standard & Poor's e Fitch a retirar o seu selo de bom pagador do Brasil, e a Moody's a colocar a nota do país em revisão para rebaixamento.

Queda de 3,1% em 2015

Economistas estimam que o PIB brasileiro tenha queda de 3,62% em 2015de acordo com o último Boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda-feira (14).

A projeção subiu em relação à da semana anterior, de 3,5%.

IBC-Br

O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, e serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).

A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.

(Com Reuters)

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