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El Niño deve deixar alimentos mais caros e energia mais barata, segundo BC

Da Agência Brasil

23/12/2015 11h23Atualizada em 23/12/2015 19h28

O fenômeno climático El Niño, que se caracteriza pelo aquecimento da temperatura das águas superficiais da costa do Oceano Pacífico, deve levar ao aumento dos preços de alimentos in natura, com desdobramentos sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A avaliação consta do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje (23) pelo Banco Central (BC).

O El Niño gera seca ou excesso de chuva nos trópicos e zonas subtropicais. No Brasil, o fenômeno é associado ao aumento das chuvas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

"O fenômeno causa alterações no padrão de chuva das distintas regiões, exercendo impacto sobre a inflação, seja pelo aumento de custos na produção de alimentos, seja pela redução nas tarifas de energia elétrica em cenário de aumento do nível dos reservatórios", diz o relatório.

Segundo o BC, o impacto do El Niño nos alimentos in natura deverá ser mais acentuado do que no início de 2016. O BC estima que o impacto do aumento desses alimentos para a variação do IPCA em 2016 alcance 0,19 ponto percentual no primeiro trimestre, recuando para 0,13 ponto percentual até o fim do ano.

No caso das tarifas de energia, a eventual troca de bandeira vermelha para amarela reduzirá a inflação em 0,18 ponto percentual. Se houver troca de bandeira de vermelha para verde, a redução na inflação será de 0,36 ponto percentual.

Ao unir os dois efeitos sobre o IPCA - preços de alimentos in natura e da energia - o resultado tende a ser neutro, mas, dependendo da evolução das tarifas de energia elétrica, pode ser favorável à trajetória da inflação em 2016.