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Alta na luz, combustíveis e dólar caro criaram "bola de neve" na inflação

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

08/01/2016 13h28

A alta de preços foi generalizada em 2015, mas alguns reajustes foram particularmente problemáticos. Aumento nas contas de luz, água e esgoto, combustíveis mais caros e dólar valorizado ajudaram a "contaminar" todos os setores da economia.

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"(...) esses aumentos se alastraram para os demais produtos", segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes dos Santos.

"A energia elétrica, por exemplo, é importante para vários setores, como os de produção. Com isso, todos os preços aumentaram."

Se a conta de luz sobe fica mais caro para as indústrias produzirem. A alta de combustíveis encarece o frete. Isso acaba sendo repassado para o preço dos produtos e serviços.

A inflação oficial no Brasil fechou 2015 em 10,67%, muito acima do limite máximo da meta do governo.

O objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%.

Bola de neve

O IBGE constatou que, apesar do desempenho pior para a inflação no primeiro trimestre do ano, havia menos produtos, individualmente, cuja alta de preços passava de 10% no acumulado de 12 meses.

"Analisando as taxas relativas a 12 meses, em cada mês há um aumento progressivo. (...) O ano de 2015 começou com cerca de 90 itens acima dos 10%, mas terminou com 160 itens acima desse patamar", diz Eulina.

Segundo ela, isso indica que houve uma propagação de reajustes, e que essa contaminação por aumentos anteriores foi crescendo a cada mês.

Combustíveis

Logo no começo de 2015, o governo subiu os impostos sobre combustíveis, o que desencadeou uma série de aumentos em outros setores e produtos. Em setembro, a Petrobras anunciou alta nos preços da gasolina e do diesel, o que novamente teve impacto em diferentes áreas da economia.

Na esteira, o preço do etanol subiu também.

"Esse segundo aumento teve uma repercussão no último trimestre de 2015, não só pelo reajuste em si, os 6% nas refinarias, mas também pela pressão do etanol. O etanol teve uma alta muito forte", disse a coordenadora do IBGE.

Chuvas no Sul

Ainda segundo Eulina, o excesso de chuvas nos Estados da região sul causaram perdas nas lavouras e puxaram para cima os preços de alguns alimentos. Itens importantes na cozinha do brasileiro, como a cebola (60,61%) e o alho (53,66%), tiveram aumentos expressivos.

"O clima fez com que alguns produtos fossem prejudicados não só na quantidade, mas na qualidade também. As chuvas prejudicaram as lavouras, e os produtores que já estavam sacrificados por custos de aumento de energia, de frete, óleo diesel, entre outros, majoraram seus preços."

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