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No começo de 2015, previsões para a inflação giravam em torno de 6%

Do UOL, em São Paulo

08/01/2016 16h42Atualizada em 08/01/2016 16h42

Quem poderia imaginar que a inflação do ano passado seria tão alta? O Brasil fechou 2015 com inflação de 10,67%, a mais alta em 13 anos (em 2002, foi de 12,53%).

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Em novembro de 2014, após Joaquim Levy ter sido indicado para substituir Guido Mantega no Ministério da Fazenda, os economistas já previam que a inflação alta seria um dos principais desafios da nova equipe econômica de Dilma Rousseff.

Naquela época, no entanto, não se cogitava que a alta dos preços passaria de 10% em 2015

Economistas ouvidos pelo UOL no começo do ano passado disseram acreditar que a inflação continuaria alta, mas perto do limite máximo da meta do governo, entre 6% e 6,4% ao ano.

As previsões de consultorias e bancos consultados pela "Folha" (LCA, Tendências, GO Associados e Santander) não eram muito diferentes: variavam entre 6,4% e 6,8%.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) demonstrava um pouco mais de otimismo: falava em 6,2%. Já a FGV (Fundação Getúlio Vargas) apostava em 6,7%.

Ao final de 2014, as instituições consultadas pelo Banco Central para o boletim Focus, relatório semanal com projeções para a economia, previam inflação de 6,53% para 2015. Em janeiro, subiram um pouquinho essa estimativa: para 6,56%.

Depois foram subindo ao longo dos meses, até chegar a 10,72% no último levantamento do ano.

Um diretor do Bradesco chegou a dizer que a inflação iria "despencar" no segundo semestre. Não rolou.

E o governo?

O governo chegou a prever alta de 5% nos preços em 2015 ao apresentar a proposta orçamentária para o ano, em agosto de 2014.

Em dezembro daquele ano, o Banco Central afirmou em comunicado que a inflação estava alta, mas que esperava um "longo período de declínio em 2015".

Poucos dias depois, o BC divulgou a estimativa de 6,1% em seu Relatório Trimestral de Inflação. Errou nas duas.

Passado o Carnaval, aparentemente a visão do BC tornou-se mais realista. O presidente da instituição, Alexandre Tombini, teria admitido, em um jantar da equipe econômica, que a taxa ficaria acima de 7%.

Sabedoria popular

O FMI (Fundo Monetário Internacional) foi outro que passou longe do resultado final. Em abril do ano passado, a entidade piorou sua visão para a alta de preços ao consumidor no Brasil: de 5,9% para 7,8%.

Os brasileiros, por sua vez, pareciam já ter entendido o que viria pela frente. Uma pesquisa do Datafolha em fevereiro apontou que oito em cada dez pessoas (81%) esperavam um aumento da inflação dali em diante.