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FMI reduz previsão de crescimento mundial em 2016 a 3,4%

Do UOL, em São Paulo

19/01/2016 09h14

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou nesta terça-feira (19) suas projeções de crescimento global pela terceira vez em menos de um ano, citando uma forte desaceleração do comércio chinês e preços fracos das commodities, que estão afetando o Brasil e outros mercados emergentes.

O Fundo prevê que a economia mundial vai crescer 3,4% em 2016 e 3,6% em 2017, ambos os anos com corte de 0,2 ponto percentual das previsões anteriores de outubro. As previsões atualizadas do relatório "Perspectiva Econômica Global" vêm no momento em que os mercados financeiros globais são perturbados pelas preocupações com a desaceleração da China e a forte queda dos preços do petróleo.

O FMI manteve suas previsões sobre o crescimento da China de 6,3% em 2016 e de 6% em 2017, o que, contudo, representa forte desaceleração em relação ao crescimento de 6,9% em 2015 e de 7,3% em 2014.

Mas o Fundo disse que uma desaceleração maior da demanda na China continua sendo um risco ao crescimento global e que os dados mais fracos do que esperado das importações e exportações chinesas estão pesando com força sobre outros mercados emergentes e exportadores de commodities.

"Nós não vemos uma grande mudança nos fundamentos da China comparado ao que vimos há seis meses, mas os mercados estão certamente bastante assustados com pequenos eventos que eles acham difíceis de interpretar", disse o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, em comunicado gravado em vídeo.

Para Obstfeld, os mercados financeiros globais parecem estar reagindo de maneira exagerada à queda dos preços do petróleo e à China. "Não é um exagero sugerir que (os mercados) podem estar reagindo de maneira muito forte às pequenas evidências em um ambiente de volatilidade e aversão a risco", disse Obstfeld em entrevista à imprensa após a divulgação das projeções.

Perspectivas para o Brasil

A economia brasileira pesou sobre as estimativas para o crescimento global. O FMI piorou a perspectiva de contração da atividade econômica brasileira em 2016 e não vê mais retomada do crescimento em 2017.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve sofrer retração de 3,5% este ano, ante projeção de contração de 1% feita em outubro. Em 2017, o Fundo aponta que o Brasil deve registrar estagnação econômica, deixando de ver expansão de 2,3% como antes.

América Latina 

A economia da América Latina e do Caribe deve fechar 2016 com um retrocesso de 0,3%, arrastada pelo mau desempenho do Brasil, de acordo com as previsões divulgadas nesta terça-feira.

A previsão para a América Latina e o Caribe representa uma revisão em forte baixa de 1,1 ponto percentual na comparação com as projeções do FMI de outubro, quando o Fundo indicava uma recuperação de 0,8%. 

EUA e Europa

A instituição prevê para os Estados Unidos um crescimento de 2,1%, 0,2 ponto percentual abaixo da expectativa de outubro, principalmente devido ao impacto que o fortalecimento do dólar tem sobre as exportações.

O continente europeu é o único bloco que teve uma revisão em alta, de 0,1 ponto percentual, graças ao desempenho das economias de Alemanha e Espanha: a região deve crescer 1,7% em 2016, sendo que em outubro passado a previsão do FMI era de um avanço de 1,6%.

(Com agências)