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Prévia da inflação acelera a 0,54% em julho; preço do feijão dispara 58%

Do UOL, em São Paulo

21/07/2016 09h01Atualizada em 25/07/2016 11h22

O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), acelerou em julho e ficou em 0,54%. O feijão carioca, que ficou 58% mais caro, puxou o índice para cima. 

Com os dados de julho, a prévia da inflação acumula 5,19% no ano e 8,93% em 12 meses. 

Em junho, o indicador havia mostrado alta de preços de 0,4%. Em julho do ano passado, foi de 0,59%.

Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (21). 

A prévia da inflação em 12 meses continua acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de dois pontos para mais ou para menos, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%. 

A inflação oficial no Brasil fechou 2015 em 10,67%, acima do limite máximo da meta. Foi a maior alta de preços anual desde 2002 (12,53%).

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Preço do feijão subiu 58,06%

Os alimentos puxaram a prévia da inflação em julho, segundo o IBGE, com aumento de 1,45% nos preços. É a variação mais alta para meses de julho desde 2008, quando foi de 1,75%. Em três capitais --São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Goiânia (GO)--, os aumentos passaram de 2%.

O que mais pesou no índice foi, novamente, o preço do feijão, principalmente o carioca, que subiu 58,06%. Em Goiânia, o quilo do produto subiu 81,03%.

As demais variedades de feijão, como o preto, o fradinho e o mulatinho, também tiveram aumentos significativos no início do mês.

Com a disparada dos preços, o feijão carioca acabou virando alvo de piada nas redes sociais.

O principal motivo para a alta nos preços é o clima, que prejudicou a produção em duas safras seguidas, sobretudo no Paraná, principal produtor do país.

Com menos feijão no mercado, o preço subiu. Em algumas lavouras, foi registrado até o roubo de quilos do produto ainda no .

Leite mais caro, cebola mais barata

Além do feijão, outros alimentos encareceram bastante, como o leite (+15,54%), a mandioquinha (+14,06%), a manteiga (+6,26%) e o arroz (+ 3,36%). 

Por outro lado, mamão (-32,16%), cebola (-29,02%), cenoura (-20,9%) e pimentão (-23,99%) ficaram mais baratos. 

Passagem aérea encareceu 19% 

Além dos alimentos, o preço das passagens aéreas também pressionou a prévia da inflação. Elas ficaram 19,05% mais caras no início de julho e puxaram a alta de 0,17% nos preços do grupo de transportes.

A passagem do ônibus interestadual também aumentou (+3,69%).

Gasolina e conta de luz

Segundo o IBGE, a maioria dos outros itens que compõem o IPCA-15 de julho desacelerou.

Os combustíveis ficaram 1,3% mais baratos, com queda de 1,11% no preço da gasolina, e a conta de luz residencial caiu 1,65%.

Perspectivas

O IPCA-15 de julho foi mais alto que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam índice de 0,46%. 

Para o final de 2016, economistas consultados pelo Banco Central para a pesquisa Focus veem inflação de 7,26%. 

Considerando os próximos 12 meses, a projeção de inflação divulgada na última segunda-feira (18) caiu de 5,83% para 5,7%. Para 2017, os economistas preveem inflação de 5,3%.

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

(Com Reuters)

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