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Dívida é sempre ruim? 7 dicas para decidir se vale a pena pegar empréstimo

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Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/08/2016 06h00

Fazer dívida às vezes pode ser um bom negócio. Só às vezes.

Há dois tipos de endividamento: o saudável e o não saudável, segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

O saudável é aquele que a pessoa faz para aumentar seu patrimônio ou investir em conhecimento de forma planejada. Um exemplo é o financiamento para comprar a casa própria. "É difícil comprar uma casa à vista, mas é possível se programar para pagar essas parcelas", diz.

O mau endividamento é aquele que é feito sem planejamento e para gastar com consumo (roupas, sapatos) ou contas do dia a dia, que se repetem todo mês (supermercado, gasolina).

Como decidir se é o caso de recorrer a um empréstimo? E como saber se o endividamento saudável não vai virar um pesadelo? Veja a seguir 7 dicas que ajudam a tomar essa decisão.

1) Pense outra vez

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Antes de partir para o empréstimo, é preciso colocar as contas na ponta do lápis e pensar se você realmente precisa fazer aquele gasto naquele momento, ou se seria possível esperar um pouco e juntar o dinheiro --ou, pelo menos, a maior parte dele. Na maioria dos casos, o empréstimo é dispensável, diz a economista.

Hoje as pessoas não sabem esperar, elas querem as coisas imediatamente.

Um exemplo é o carro. "A pessoa começa a trabalhar e já quer um carro. Descobre que terá de pagar um carro de R$ 18 mil em 24 parcelas de R$ 1.000. Se ela poupasse R$ 1.000 por mês, conseguiria comprar o carro em menos de 18 meses", diz Marcela. Esse dinheiro investido iria render, o cliente evitaria pagar juros do financiamento e provavelmente conseguiria um bom desconto por pagar à vista.

2) Faça o orçamento

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Imagem: tomnamon/iStock

Antes de considerar um empréstimo, também é precisa olhar detalhadamente para sua situação financeira, em busca de alternativas. Comece organizando suas contas: faça uma planilha, coloque todas as despesas e dívidas de um lado, as receitas de outro, e veja como está sua condição.

Em muitos casos, a pessoa descobre que não precisa tomar um empréstimo; basta cortar despesas. Considere, ainda, vender um bem antes de pedir dinheiro emprestado.

3) Quando emprestar é uma boa opção

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Se está endividado no cartão de crédito ou no cheque especial e não está conseguindo pagar, partir para um empréstimo mais barato (como o consignado ou o crédito pessoal), com juros menores, pode ser uma boa solução. Uma dívida no cartão pode se tornar impagável rapidamente (clique aqui para saber mais).

Fazer financiamentos para aumentar o patrimônio, como comprar a casa própria, ou para investir em conhecimento, como financiamentos estudantis, é uma boa escolha, desde que eles caibam no orçamento.

4) Pesquise muito

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Antes de contratar, vá atrás de todas as opções existentes no mercado, compare o que cada banco ou instituição oferece e negocie as condições do empréstimo.

É possível fazer uma pesquisa das taxas de juros no site do Banco Central (veja aqui como fazer a pesquisa). Para Marcela, no entanto, o melhor mesmo é ir pessoalmente aos bancos ou financeiras. "O Banco Central pesquisa as taxas médias, mas o empréstimo vai considerar quem a pessoa é, quais garantias ela tem, e as taxas podem ser melhores que a média", diz.

5) Conheça o custo total

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Não contrate o empréstimo só porque o valor das parcelas cabe no seu bolso. Peça à instituição que forneça o Custo Efetivo Total (CET), um indicador muito mais completo, que mostra quais são os juros, tarifas e impostos. Assim, é possível comparar melhor. Faça, ainda, a conta do valor total a ser pago ao final do parcelamento.

Condições de pagamento e parcelamento também são importantes. Um empréstimo consignado é mais barato, mas ter o pagamento descontado diretamente do salário pode levar a mais dificuldades financeiras.

6) Desconfie de condições boas demais

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Imagem: Getty Images/iStockphoto

Optar por instituições financeiras menores em vez dos grandes bancos pode ser uma alternativa a se considerar, já que elas geralmente dificultam menos a contratação de empréstimos e oferecem facilidades, como não precisar comprovar renda. Porém, condições que parecem boas demais podem embutir cobranças de juros acima da média, o que pode levar ao superendividamento.

7) Planeje-se para pagar as parcelas

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Após saber todas as condições do empréstimo e antes de contratar, é preciso saber como a nova dívida vai impactar no orçamento. Faça o planejamento de como irá pagar essas parcelas. Se elas forem pesadas demais, será preciso cortar outras despesas por um tempo para equilibrar as contas --se não, corre-se o risco de dar um calote e ficar com o nome sujo.

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