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Com nova regra do BC, juro do rotativo do cartão de crédito tem forte queda

Do UOL, em São Paulo

25/05/2017 10h47Atualizada em 25/05/2017 12h39

Os juros do rotativo do cartão de crédito tiveram uma grande queda em abril, primeiro mês em que estavam em vigor as novas regras para o cartão determinadas pelo Banco Central. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo BC, a taxa foi de 422,5% ao ano em abril --queda de 67,8 pontos na comparação com março (490,3%) e de 40,6 pontos em relação a abril de 2016 (463,1%).

Por outro lado, os juros do parcelamento da fatura do cartão de crédito subiram de 158,5% para 161,6% ao ano em abril.

Desde 3 de abril, o consumidor só pode usar o rotativo do cartão por, no máximo, 30 dias. Após esse período, o banco deve apresentar uma proposta mais vantajosa para o cliente, como o crédito parcelado, no qual você define o número de prestações na hora da aquisição. Nesse caso, os juros são mais baixos que no rotativo, mas ainda assim altos.

Antes, se o consumidor não pagava o valor total da fatura do cartão de crédito, a dívida era jogada para o mês seguinte, por meio do chamado crédito rotativo. Isso acontecia mês a mês, sucessivamente, com a cobrança de juros sobre juros, transformando a dívida numa bola de neve.

Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).

Juros do cheque especial sobem

A taxa de juros do cheque especial subiu em abril, para 328,3% ao ano. A alta foi de 0,3 ponto percentual em relação a março (de 328%) e de 19,6 pontos na comparação com abril de 2016 (308,7%).

Confira a variação das modalidades de crédito monitoradas pelo BC:

  • Rotativo do cartão de crédito: de 490,3% ao ano em março para 422,5% ao ano em abril;
  • Cartão de crédito parcelado: de 158,5% ao ano em março para 161,6% ao ano em abril;
  • Cheque especial: de 328% ao ano em março para 328,3% ao ano em abril;
  • Crédito pessoal não-consignado: de 135% ao ano em março para 129% ao ano em abril;
  • Crédito pessoal consignado: de 29,3% em março para 28,2% ao ano em abril;
  • Compra de veículos: de 24,8% ao ano em março para 24,4% ao ano em abril;
  • Financiamento imobiliário: de 9,8% ao ano em março para 9% ao ano em abril.

Os dados são referentes apenas aos juros cobrados das famílias.

Cortes na taxa básica de juros

No mês passado, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decidiu cortar novamente a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, de 12,25% para 11,25% ao ano, na quinta baixa seguida.

A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.