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Governo derruba decisão de juiz e mantém alta de imposto sobre combustíveis

Do UOL, em São Paulo

26/07/2017 17h58Atualizada em 26/07/2017 18h56

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu anular nesta quarta-feira (26) a decisão liminar que suspendia o aumento de impostos sobre os combustíveis. A decisão do desembargador Hilton Queiroz, presidente do tribunal, atendeu a um recurso da AGU (Advocacia-Geral da União).

O bloqueio da alta dos impostos não havia começado a valer na prática, pois a AGU não foi notificada sobre a liminar.

Na última quinta-feira (20), o presidente Michel Temer assinou decreto aumentando as alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis para ajudar no cumprimento da meta para as contas públicas. Na terça-feira (25), em decisão provisória, o juiz substituto Renato Borelli, da 20ª Vara Federal do DF, havia congelado os efeitos do decreto em todo o país.

A suspensão do aumento de impostos havia sido determinada após uma ação popular ajuizada pelo advogado Carlos Alexandre Klomfahs. A AGU recorreu, alegando que o governo deixaria de arrecadar R$ 78 milhões por dia caso a liminar fosse mantida.

População entende?

A alta de impostos sobre os combustíveis, segundo o governo, deve gerar receitas extras de R$ 10,4 bilhões em 2017.

Após o anúncio do aumento dos impostos sobre combustíveis, Temer afirmou que "a população brasileira irá compreender" a alta, "porque este é um governo que não mente, que não dá dados falsos".

População entende alta dos combustíveis, como diz Temer? Veja reações em SP

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Repasse de preços

Após o anúncio do governo, postos de combustíveis em várias cidades do Brasil remarcaram os preços nas bombas desde a manhã da sexta-feira (21).

Segundo economistas consultados pelo UOL, a alta dos impostos não deve afetar só o preço da gasolina, do diesel e do etanol, mas ter um efeito cascata sobre toda a economia, incluindo transporte público, como ônibus, e alimentos no supermercado.

Aumento de impostos

Esta é a segunda vez que o governo Temer eleva impostos para assegurar o cumprimento da meta fiscal. Em março, havia anunciado aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para cooperativas de crédito, além da volta de impostos para cerca de 50 setores --esta última ainda pendente de aprovação pelo Congresso Nacional.

Naquela época, o corte de gastos foi definido em R$ 42 bilhões. Apesar de ter diminuído o tamanho do corte em maio, o governo voltou a endurecer o aperto a um patamar ainda mais alto agora, evidenciando os desafios para a retomada de uma trajetória fiscal sustentável.

(Com agências)