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Inflação acelera para 0,42% em outubro; em 12 meses, segue abaixo da meta

Do UOL, em São Paulo

10/11/2017 09h03Atualizada em 10/11/2017 10h31

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, ficou em 0,42% em outubro, puxado por gastos com conta de luz e botijão de gás. O resultado é o maior em mais de um ano, desde agosto de 2016 (+0,44%).

Em 12 meses, o índice acumulado é de 2,7%, abaixo do limite mínimo da meta do governo. A meta em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.

Quando o país descumpre a meta anual, com a inflação acima ou abaixo do limite tolerado, o presidente do Banco Central precisa enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando por que ela não foi cumprida, quais ações serão adotadas e o tempo esperado para que essas medidas surtam efeito.

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O resultado de outubro mostra aceleração em relação a setembro (0,16%) e ao mesmo mês de 2016 (0,26%). 

No acumulado de janeiro a outubro, a inflação é de 2,21%, bem abaixo dos 5,78% e a menor para o período desde 1998 (1,44%). 

As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (10).

Conta de luz pesou no bolso

A alta dos preços no mês de outubro foi puxada principalmente por gastos com a conta de luz, que subiu 3,28%. A cobrança de uma taxa extra maior na conta de luz, a bandeira tarifária vermelha nível 2, teve forte peso.

A partir do 1º do mês, entrou em vigor a cobrança adicional de R$ 3,50 a cada 100 Kwh consumidos. A energia deve pesar novamente em novembro, diante de mudanças nas bandeiras tarifárias. Agora, a cobrança será de R$ 5 a cada 100 Kwh consumidos. 

Em outubro, junto com o aumento no preço do botijão de gás (+4,49%), a energia elétrica ajudou a encarecer os gastos com habitação em 1,33%. As despesas desse tipo foram responsáveis por quase metade da inflação total do mês, ou seja 0,21 ponto percentual.

Alimentos caem, mas batata sobe 26%

batata - Reinaldo Canato/UOL - Reinaldo Canato/UOL
Imagem: Reinaldo Canato/UOL

No mês passado, só ficaram mais baratos os gastos com alimentação e artigos de residência, como eletrodomésticos.

Foi o sexto mês seguido em que os preços dos alimentos recuaram (-0,05%). No acumulado de 12 meses, a queda é de 2,14%. 

"Os alimentos estão perdendo força e esse parece ser o fim do grande bônus para os preços vindo da superoferta agrícola", disse o gerente do IBGE para o IPCA, Fernando Gonçalves.

Dentre os produtos que ficaram mais baratos, destacam-se o feijão carioca (-3,29%), o açúcar cristal (-3,05%), o leite longa vida (-2,99%) e o arroz (-1,14%).

Por outro lado, a batata-inglesa subiu 25,65%, o tomate, 4,88%, o morango, 11,32%, e o maracujá, 33,74%.

Crise

A expectativa de analistas consultados pelo Banco Central é que a inflação termine 2017 em 3,08%, bem abaixo dos 6,29%, registrados em 2016, e menor do que o limite mínimo da meta deste ano. No ano passado a meta também era de 4,5% ao ano, mas a tolerância era de dois pontos para mais ou para menos, ou seja, podendo variar entre 2,5% e 6,5%.

A queda nos preços é resultado de um conjunto de fatores. Com a crise econômica, o desemprego atinge 13 milhões de trabalhadores, o que reduz o consumo. Mesmo quem está empregado acaba comprando menos porque a renda caiu ou por medo de perder o emprego. A procura menor por produtos, assim, ajuda a segurar a inflação.

Juros X Inflação

Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, como agora, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o órgão decidiu cortar a taxa de juros pela nova vez seguida, de 8,25% para 7,5% ao ano.

(Com agências de notícias)

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