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Banco Mundial: caos do RJ deve se repetir em mais Estados na próxima década

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

11/12/2017 14h40

A situação das contas públicas do Brasil é preocupante, e a situação de calamidade financeira do Rio de Janeiro deve se repetir nos demais Estados na próxima década. O prognóstico foi feito pelo economista Heinz Rudolph, líder do Banco Mundial para o setor financeiro.

Ele participou de evento no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (11), para discutir o relatório "Um Ajuste Justo – Análise da Eficiência e Equidade do Gasto Público no Brasil", lançado há duas semanas pelo Banco Mundial.

Segundo Rudolph, iniciativas como a reforma da Previdência são temas urgentes para mudar essa situação. Ele afirmou que o governo federal deveria encabeçar uma discussão para definir quem ficará responsável pelo rombo nas Previdências estaduais. "Se é um problema de cada Estado ou do governo federal", disse.

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Propostas 

O estudo do Banco Mundial afirma que os salários dos servidores estaduais "encontram-se entre os mais altos do mundo".

Como medidas para melhorar a situação, o economista sugeriu desvincular o benefício mínimo pago pela Previdência do valor do salário mínimo. Também defendeu mudanças no piso salarial dos professores, que é estipulado pelo governo federal, mas tem impacto direto nas contas dos Estados.

Rudolph propõe, ainda, mudar a forma como o país lida com a aposentadoria rural e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) --que paga um salário mínimo mensal a idosos e pessoas com deficiência carentes. Segundo ele, deveriam ser considerados programas de assistência social, e não benefícios da Previdência.

Segundo o Banco Mundial, com essa mudança, "os benefícios seriam mais dirigidos aos indivíduos que carecem de apoio, e também seria mais fácil reduzir a acumulação de benefícios, inclusive as pensões por morte e o 13º benefício mensal".

Ministro da Fazenda ausente e protestos

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, era um dos palestrantes previstos na agenda do evento, que ocorreu na FGV (Fundação Getúlio Vargas) do Rio. Entretanto, cancelou sua participação para cumprir agenda com o presidente Michel Temer (PMDB).

Cerca de 40 pessoas protestavam em manifestação contra a Reforma da Previdência na porta da instituição na manhã de hoje.