Temer usa redes sociais de ministérios para promover reforma da Previdência
Correndo atrás do apoio popular e de votos para aprovar a reforma da Previdência, o governo de Michel Temer decidiu reforçar a comunicação promovendo a mudança nas regras da aposentadoria.
Até mesmo ministérios que não estão diretamente relacionados à Previdência Social entraram na campanha pró-reforma. É o caso dos ministérios do Esporte, da Cultura e dos Direitos Humanos, que usaram suas páginas oficiais no Facebook para publicar vídeos em que os respectivos ministros defendem a reforma.
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O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), aparece em um vídeo atribuindo aos servidores públicos a responsabilidade pelo rombo nas contas previdenciárias. "Não é justo que um trabalhador da iniciativa privada tenha que trabalhar muito mais, contribuir muito mais, para pagar a conta de privilegiados", diz.
O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, diz que a Previdência teve deficit de R$ 269 bilhões em 2017 e que "esse dinheiro poderia ter ido para a saúde, a educação, a cultura".
Luislinda Valois (PSDB-BA), ministra dos Direitos Humanos, aparece na página oficial da pasta afirmando que "muitas inverdades têm sido ditas a respeito da reforma" e que ela é necessária para o Brasil conseguir investir em áreas como a promoção dos direitos humanos.
Nova campanha
Além dos ministérios citados, outras pastas, como a da Justiça e a das Cidades, e órgãos federais estão divulgando em seus perfis oficiais no Facebook e no Twitter anúncios defendendo a reforma da Previdência, com a mensagem "Todos pela reforma da Previdência pro (sic) Brasil não quebrar".
A nova campanha, que começou a ser veiculada pelo governo federal nesta semana, critica supostos privilégios a servidores públicos e afirma que, sem a reforma, o Brasil quebrará e os aposentados não receberão mais o benefício.
Procurado pelo UOL, o Palácio do Planalto informou que "o governo defende a reforma da Previdência desde o início da gestão do presidente Michel Temer".
Governo não tem votos necessários
Com a retomada dos trabalhos pelo Congresso nesta segunda, aumentam as articulações em torno da votação da reforma, marcada para 19 de fevereiro. Uma planilha obtida pelo jornal "O Estado de São Paulo" mostra que o governo tem no máximo 237 votos na Câmara. Para aprovar o texto, são necessários pelo menos 308 votos, em duas votações.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-RS), é mais otimista, e afirma que a proposta hoje tem cerca de 270 votos.
De acordo com a "Folha", o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pretende engavetar a reforma diante da previsão de que o texto não será aprovado. Maia negou a informação, dizendo que "antes do dia 20 de fevereiro, não há da minha parte nenhum posicionamento para tirar reforma da Previdência da pauta da Câmara".
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