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Centrais mostram deputados em outdoors: 'Querem acabar com a aposentadoria'

Sindicatos e entidades trabalhistas do Rio Grande do Sul espalharam outdoors com nome de deputados do Estado favoráveis à reforma da Previdência - Divulgação/CUT-RS
Sindicatos e entidades trabalhistas do Rio Grande do Sul espalharam outdoors com nome de deputados do Estado favoráveis à reforma da Previdência Imagem: Divulgação/CUT-RS

Do UOL, em São Paulo

14/02/2018 13h37

Diversos sindicatos e entidades trabalhistas do Rio Grande do Sul aproveitaram o Carnaval para espalharem outdoors contrários à reforma da Previdência em Porto Alegre e outras cidades do interior do Estado.

Os outdoors trazem o nome e a foto de nove deputados gaúchos que, segundo as entidades, se manifestaram a favor da reforma, ao lado do seguinte texto: "Eles querem acabar com a sua aposentadoria. Não à reforma da Previdência!". Esses cartazes ficarão expostos ao longo de duas semanas, segundo a CUT-RS (Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul).

Os parlamentares citados nos outdoors são:

  • Alceu Moreira (MDB), deputado federal
  • Darcísio Perondi (MDB), deputado federal
  • Jones Martins (MDB), deputado federal
  • José Fogaça (MDB), deputado federal
  • Mauro Pereira (MDB), deputado federal
  • Osmar Terra (MDB), deputado licenciado e ministro do Desenvolvimento Social
  • Renato Mooling (PP), deputado federal
  • Ronaldo Nogueira (PTB), deputado federal e ex-ministro do Trabalho
  • Yeda Crusius (PSDB), deputada federal e ex-governadora do Rio Grande do Sul

Estamos mostrando para a sociedade a cara dos deputados da base aliada que têm se manifestado a favor dessa 'antirreforma' da Previdência, os que querem acabar com o direito à aposentadoria.
Claudir Nespolo, presidente da CUT-RS

O UOL enviou e-mail aos nove políticos citados nos cartazes, mas apenas a deputada Yeda Crusius respondeu à solicitação de posicionamento. A parlamentar afirma que a instalação de outdoors é uma estratégia conhecida de entidades sindicais e que essas gastam dinheiro no "ataque à honra e na tentativa de intimidação".

'Se votar, não volta', diz sindicalista

Segundo Nespolo, a reforma visa desmontar a previdência pública para beneficiar banqueiros e donos de previdência privada. “Não podemos permitir que seja tirado da classe trabalhadora, especialmente dos pobres, o direito de se aposentar e de ter uma velhice com dignidade”, diz.

O sindicalista declara que a Previdência não tem deficit, como concluiu o relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado que tratou do tema. “Essa 'antirreforma' também não acaba com privilégios, como mente a propaganda milionária do golpista Temer”, afirma. “A Previdência é superavitária."

“Queremos que essa 'antirreforma' não seja votada, mas, se for, vamos marcar na paleta cada deputado favorável e o denunciaremos nas suas bases eleitorais, para que não seja reeleito em outubro”, diz o presidente da CUT-RS. “Se votar, não volta."

Governo diz que reforma vai equilibrar contas

O governo do presidente Michel Temer afirma que a reforma proposta tem o objetivo de equilibrar as contas da Previdência, que hoje são deficitárias. Segundo divulgação do ministério da Fazenda, a Previdência Social registrou um rombo recorde de R$ 268,8 bilhões em 2017.

"O deficit recorde de R$ 268,8 bi da Previdência Social em 2017 é mais uma prova da necessidade de um sistema previdenciário sustentável. A aprovação da reforma vai garantir o equilíbrio das contas públicas e possibilitar mais investimentos, geração de emprego e renda", disse o presidente Temer após a divulgação dos dados.

A discussão da reforma no plenário da Câmara está prevista para começar na próxima semana. Apesar da proximidade, o governo ainda não possui a quantidade de votos necessários para aprovar a proposta.

Reforma da Previdência inspira marchinha: "Vota, mas não volta"

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