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Após 3 semanas, só 6 estados deram desconto mínimo de R$ 0,46 no diesel

Do UOL, em São Paulo

26/06/2018 12h48Atualizada em 27/06/2018 11h33

Depois de três semanas do fim da greve dos caminhoneiros, só seis estados reduziram o preço do litro do diesel em pelo menos R$ 0,46, como havia sido prometido pelo governo. Em outros 20 estados e no Distrito Federal, a redução foi menor que isso.

Na média nacional o desconto continua abaixo e foi de R$ 0,43 por litro, e o preço médio pelo país foi de R$ 3,397. Esses números se referem à semana passada (entre os dias 17 e 23) e foram divulgados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, notificou nesta terça-feira (26) as quatro principais distribuidoras de combustíveis do Brasil para questionar por que o desconto de R$ 0,46 não está sendo dado em todo o país. 

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Na semana de 27 de maio a 2 de junho, última antes de passar a valer o desconto concedido pelo governo, o litro do diesel atingiu o pico de R$ 3,828. A queda acumulada desde então é de 11,26%. Em relação à semana anterior, o preço médio do diesel caiu 1,08%, a terceira queda semanal consecutiva. 

Os estados em que houve redução de R$ 0,46 ou acima foram: Mato Grosso do Sul (-R$ 0,64), Alagoas (-R$ 0,60), Amapá (-R$ 0,55), Rio de Janeiro (-R$ 0,51), São Paulo (-R$ 0,51) e Rio Grande do Sul (-R$ 0,48).

Os menores descontos aconteceram no Pará (-R$ 0,31), em Goiás (R$ 0,32), em Rondônia (-R$ 0,33) e no Amazonas (-R$ 0,33).

Medida provisória do governo prometia R$ 0,46 de desconto

Em 31 de maio, uma quinta-feira, passou a valer a medida provisória editada às pressas pelo presidente Michel Temer para garantir a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel nas refinarias. A diferença será bancada pelo governo graças a um remanejamento do orçamento que incluiu aumento de impostos e a retirada de benefícios de outras áreas

Empresários do setor, porém, chegaram a afirmar que a redução máxima viável nos postos é menor, de R$ 0,41, já que, diferente do diesel bruto que sai da refinaria, aquele que chega às bombas para ser vendido ao consumidor deve ter, por lei, uma diluição de 10% de biodiesel, produto que não recebeu reduções ou subsídios em meio à crise.

Desconto ainda não é total, dizem caminhoneiros

Diumar Bueno, presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autonômos), uma das entidades que coordenaram as paralisações dos caminhoneiros, disse ao UOL que as medidas tomadas pelo governo federal e pelos estados desde a greve já trouxeram um alívio para a categoria, mas que há ainda muitos postos onde a redução do litro do diesel não chega ao valor prometido.

"Existem vários postos praticando o desconto de R$ 0,46 e há muitos outros que ainda não", disse Bueno. Segundo ele, nos postos que não estão dando o desconto, há reduções que não chegam a R$ 0,16.

"Todas as medidas adotadas para atender as reivindicações apresentadas pelos caminhoneiros estão impactando nos custos do frete, como a redução do diesel e isenção do pedágio do eixo suspenso", disse Bueno. "O diesel representa 50% ou até mais, conforme a região, do custo total do frete para o caminhoneiro. Por isso, qualquer redução já traz reflexos significativos."

Segunda a entidade, o valor pago aos caminhoneiros pelo frete não tem sido reajustado, por causa da crise econômica, e a defasagem, de acordo com seus cálculos, já chega a 30%.