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Executivo ganha, em média, 34 vezes mais que operário no Brasil, diz estudo

Do UOL, em São Paulo

11/10/2018 18h05

O salário de um executivo no Brasil é, em média, 34 vezes maior que o de um operário, segundo levantamento feito pela empresa de benefícios e soluções corporativas Mercer. A diferença salarial entre os escalões é o dobro da verificada na Argentina, por exemplo.

No país vizinho, os salários da alta cúpula das empresas são, em média, 17 vezes maior do que o daqueles que estão no piso das remunerações. Nos Estados Unidos essa diferença é de 11 vezes e, na Alemanha, cinco vezes, segundo o estudo.

"Esse fenômeno é comum em países em desenvolvimento, onde as desigualdades sociais são maiores", afirmou o líder de Produtos de Remuneração da Mercer Brasil, Rogério Bérgamo. 

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O dado faz parte da Pesquisa Remuneração Total, realizada anualmente pela companhia e que, nesta edição, analisou 601 empresas, que reúnem 720 mil colaboradores em 8.000 tipos de ocupações diferentes.

Diferença grande entre regiões 

Há também uma diferença grande entre os salários pagos nas diferentes regiões e estados do país. Segundo a Mercer, o salário da pessoa que trabalha na região Sul representa, em média, 85% do que se ganha em São Paulo. 

A remuneração média paga no Norte representa 75% da média paulista, enquanto no Nordeste e no Centro-Oeste, esse índice é de 76%.

Por outro lado, Bérgamo afirma que as diferenças salariais por gênero estão se estreitando. A principal diferença, segundo ele, é ainda em relação às oportunidades.

"Os homens ocupam 79% dos cargos executivos, enquanto as mulheres ocupam 21%, o que tem relação direta com o fato de as mulheres receberem salários menores do que homens", disse Bérgamo.

Menor reajuste em cinco anos

Segundo o levantamento, os trabalhadores das empresas pesquisadas tiveram, em 2018, um reajuste médio de 4,4% em suas remunerações, o menor desde 2013. Em 2017, o aumento médio salarial havia sido de 6,5%.

A crise econômica, que empurrou os índices de desemprego do país para cima, foi a principal razão mencionada por Bérgamo para explicar os reajustes mais fracos em 2018.

Veja a média dos reajustes verificado pela Mercer no Brasil desde 2013:

  • 2013: 6,5%
  • 2014: 6,1%
  • 2015: 6%
  • 2016: 5,6%
  • 2017: 6,5%
  • 2018: 4,4%