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Super Bowl: intervalo mais caro do mundo faz Pepsi pedir trégua à Coca-Cola

Pepsi fez ação na frente da "casa" da Coca-Cola, em Atlanta (EUA) - Divulgação
Pepsi fez ação na frente da "casa" da Coca-Cola, em Atlanta (EUA) Imagem: Divulgação

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/02/2019 15h55

No próximo domingo (3), New England Patriots e Los Angeles Rams duelam em busca do título do Super Bowl 53, que coroa o campeão da temporada 2018/19 da NFL, principal campeonato de futebol americano nos Estados Unidos.

E a partida vai muito além das quatro linhas. O Super Bowl tem o intervalo comercial mais caro do mundo. Em 2019, os anunciantes vão desembolsar cerca de US$ 5 milhões por 30 segundos de comercial.

O jogo deste ano acontece em Atlanta, terra natal da Coca-Cola. Mas um dos principais patrocinadores do evento é a Pepsi, refrigerante oficial da liga de futebol norte-americana. Eternas rivais dividindo quase o mesmo espaço, a Pepsi "vestiu" a cidade de azul, cor da marca, para concorrer com o vermelho da Coca-Cola. São mais de 350 anúncios em outdoors, lixeiras e estações de trem, por exemplo.

Um outdoor ao lado do museu "World of Coca-Cola" (Mundo de Coca-Cola), um dos pontos turísticos da cidade, provoca: "Pepsi em Atlanta. Que refrescante". "Estamos pintando Atlanta de azul. O Super Bowl é um grande investimento para nós", afirmou Greg Lyons, diretor de marketing da Pepsi, à rede CNN.

A onda de provocações teve um episódio inusitado. Na quarta-feira (30), a Pepsi convidou a Coca-Cola para uma trégua, por meio da rede social. Aproveitando o slogan #TogetherIsBeaultiful ("#MelhorJuntos", em português), usado pela Coca-Cola em sua campanha para a partida, a Pepsi fez uma proposta: que as estátuas de seus fundadores promovessem um brinde em frente à sede da Coca-Cola na cidade.

Relativamente simpática, a Coca-Cola respondeu apenas com um "Bem-vindo a Atlanta".

Estátuas dos fundadores da Coca-Cola e da Pepsi - Divulgação - Divulgação
Estátuas dos fundadores da Coca-Cola e da Pepsi
Imagem: Divulgação

Doação de comida

De qualquer forma, a Pepsi levou a estátua de seu fundador, Caleb Bradham, para tomar um refrigerante com John Pemberton, fundador da arquirrival, rendendo a principal imagem publicitária do evento até aqui. 

Para valorizar a ação, a Pepsi também prometeu doar uma refeição a pessoas carentes da cidade a cada publicação em rede social que usasse as hashtags #ColaTruce ("Trégua de Cola") e #Share2Donate. Segundo a ONG United Way for Greater Atlanta (Unidos por Atlanta), a campanha gerou mais de 130 mil refeições.

"Eu acho que usaram Atlanta como uma oportunidade para ter uma mensagem focada apenas na cidade", disse Brynn Bardacke, vice-presidente de Excelência em Criação da Coca-Cola América do Norte. "Vamos deixar o barulho para o futebol. Usaremos nossa publicidade para falar sobre o que é importante para a marca", declarou o executivo ao Yahoo.

A Coca-Cola estará em um dos comerciais mais valorizados da programação: antes do hino nacional. 

Polêmica de Kaepernick

Vale lembrar que o hino tornou-se um momento mais do que especial (e problemático) para a NFL desde que o atleta Colin Kaepernick começou a se ajoelhar durante a execução do hino, em protesto contra injustiças raciais e sociais.

Ele chegou a perder o contrato com a sua equipe -mas foi escolhido como estrela da campanha da Nike no ano passado. A Coca-Cola, por sua vez, mostrará um comercial que celebra a diversidade e união.