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Agência de risco S&P mantém Brasil sem o 'selo de bom pagador'

Do UOL, em São Paulo

07/02/2019 17h29Atualizada em 07/02/2019 17h52

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) manteve nesta quinta-feira (7) a nota de crédito do Brasil em "BB-", com perspectiva estável. Com isso, o país segue sem o chamado grau de investimento, uma espécie de "selo de bom pagador".

A S&P justificou sua decisão ao apontar a expectativa de lenta melhora das contas públicas do país e do crescimento econômico brasileiro durante o governo de Jair Bolsonaro. 

"A perspectiva estável reflete nossa visão de que o governo Bolsonaro avançará, com o apoio do Congresso, para melhorar lentamente os déficits fiscais, embora a dívida do governo no geral continue a subir", afirmou a agência em nota.

"Também esperamos moderada aceleração do crescimento econômico e melhoria da confiança dos investidores após uma espera antes das eleições, sustentado por alguma melhoria do perfil fiscal e recuperação das operações de crédito", acrescentou a S&P.

Nota pode subir ou cair mais à frente

A S&P afirmou que pode elevar a nota de crédito do país nos próximos dois anos se a amplitude e a profundidade dos avanços da política apontarem uma recuperação mais rápida nas trajetórias fiscais e de crescimento do Brasil do que esperado atualmente. No entanto, isso exigiria a implementação de uma bem-sucedida política fiscal estrutural corretiva e perspectivas mais fortes de crescimento do PIB, segundo a agência.

Em contrapartida, a S&P também disse que pode rebaixar a nota do Brasil no próximo ano caso surja uma fraqueza inesperada no balanço de pagamentos que prejudique o acesso ao mercado ou gere um forte aumento na dívida externa.

A agência citou, ainda, que a nota atual atribuída ao título soberano do Brasil reflete o progresso lento do país e o baixo apoio político para aprovar uma legislação significativa para corrigir a fragilidade fiscal estrutural em tempo hábil ao longo dos últimos anos.

 

Nota indica risco de calote

Um governo ou empresa consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receber o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo ou empresa tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores.

Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e é preciso pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O rating, ou classificação de risco, indica aos investidores se um país, empresa ou negócio é considerado um bom pagador ou não.

O chamado grau de investimento, por exemplo, indica que tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país ou empresa terão risco próximo a zero.

(Com Reuters)

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