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Comercial criado por agência brasileira sofre censura na China

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/04/2019 13h23

Uma propaganda criada pela agência brasileira F/Nazca S&S causou polêmica na China. O comercial "The Hunt", criado para a marca de câmeras fotográficas Leica, celebra a coragem dos fotógrafos, que enfrentam diferentes perigos no dia a dia da profissão.

Uma das histórias retratadas no filme de cinco minutos (veja o vídeo abaixo) remete aos protestos realizados na praça Tiananmen (ou Praça da Paz Celestial), em Pequim, em 1989.

O comercial mostra a famosa imagem do "Tank Man", manifestante que ficou à frente dos tanques do Exército chinês, na data:

Mais de 1 milhão de estudantes e trabalhadores chineses ocuparam a praça entre maio e junho de 1989, iniciando o maior protesto político na história da China comunista. Como o tema é proibido no país, o filme enfrentou uma dura censura local.

Posts 'invisíveis' e ameaça de boicote

Segundo a BBC, os usuários da rede social chinesa Weibo foram proibidos de postar mensagens usando o nome inglês ou chinês da Leica, com avisos de que estavam violando diretrizes da comunidade.

Uma pesquisa com a hashtag #Leica feita pela BBC mostrou que 42 mil usuários fizeram publicações sobre o tema na rede social, mas que apenas 10 estavam disponíveis para visualização.

Segundo o site The Verge, usuários da Weibo criticaram a Leica pelo que eles consideraram "um insulto ao seu país". Outros publicaram comentários sugerindo um boicote os produtos da marca. Atualmente, a empresa alemã produz os componentes das principais câmeras de smartphones da chinesa Huawei.

O que diz a agência

Sobre o imbroóglio, a F/Nazca afirmou que trabalha para a representante da Leica no Brasil desde 2012 e que o relacionamento com a marca está restrito ao mercado nacional.

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