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Burger King recebe quatro mil e-mails com convocação para comercial

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/05/2019 20h50

O Burger King recebeu cerca de quatro mil e-mails depois do comercial divulgado na sexta-feira (3), em que fez uma provocação à recente censura imposta pelo presidente Jair Bolsonaro à propaganda do Banco do Brasil.

Na ação, a rede de lanchonetes divulga que procura elenco para uma nova campanha. Mas, para concorrer às vagas, os candidatos teriam que ter "participado de um comercial de banco que tenha sido vetado e censurado nas últimas semanas", numa clara menção à propaganda do BB, vetada pelo presidente.

Depois de afirmar que, "no Burger King, todo mundo é bem-vindo", a empresa passa um e-mail para contato. Em cinco dias, a empresa recebeu quatro mil mensagens.

Segundo Ariel Grunkraut, diretor de Marketing da rede no Brasil, o número de e-mails superou o esperado. "Investimos cerca de R$ 2 mil na ação e tivemos cerca de 800 milhões de impressões de marca com os compartilhamentos via rede social. Ainda estamos decidindo se faremos um comercial com quem se dispôs a participar da ação, inclusive com o elenco do comercial do Banco do Brasil", declara Grunkraut.

"Precisamos olhar para os produtos, mas também olhar para as pessoas. Todo mundo é bem-vindo às nossas lojas. Respeitamos as individualidades e nosso maior risco é não correr nenhum risco", declara Fernando Machado, diretor global de marketing da companhia.

Apostar em anúncios ousados é uma diretriz passada pela matriz da rede. Segundo Machado, a filial brasileira é a principal parceria em relação ao posicionamento de marca.

Resposta presidencial

No sábado (04), o presidente Jair Bolsonaro voltou ao tema. Na rede social, afirmou que a retirada do comercial do Banco do Brasil do ar não foi uma censura e, sim, apenas "respeito com a população brasileira".

O texto ainda diz que "qualquer empresa privada tem liberdade para promover valores e ideologias que bem entendem" e que "o público decide o que faz".

No mesmo dia, a rede sofreu um ataque nas redes sociais. Defensores do presidente promoveram a hashtag #BoicoteaoBrugerKing, que chegou a figurar entre os assuntos mais comentados no Brasil e no mundo no Twitter.

Segundo o monitoramento feito pela companhia, 80% das publicações com a hashtag de boicote foram positivas à marca.

Histórico de polêmicas por vendas

O Burger King possui um histórico de comerciais polêmicos. No ano passado, às vésperas da eleição, veiculou uma campanha que discutia os efeitos de se votar nulo ou em branco.

Em fevereiro deste ano, outro comercial polêmico divulgou uma promoção que prometia dois sanduíches pelo preço de um. A novidade foi divulgada por um "trisal", um relacionamento amoroso entre três pessoas.