Maioria diz que reforma é necessária, mas desconhece proposta, diz pesquisa

Seis em cada dez brasileiros (59%) consideram a reforma da Previdência necessária. É o que aponta uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) feita em parceria com o Ibope e divulgada hoje.

Quando perguntados sobre a proposta atual do governo para a reforma, porém, apenas 36% dos entrevistados afirmam ter conhecimento amplo ou conhecer os principais pontos. Desses, 35% se dizem favoráveis e 51% são contrários à proposta.

De acordo com o estudo "Retratos da Sociedade Brasileira - Reforma da Previdência", a percepção de que mudanças no sistema de aposentadorias são imprescindíveis é maior entre os homens (63%), os que têm ensino superior (68%) e renda familiar superior a cinco salários mínimos (73%).

A reforma também tem o apoio da maioria dos que ganham menos e com menor grau de escolaridade, aponta a pesquisa: 52% dos que completaram até a quarta série do ensino fundamental e 51% e dos que recebem até um salário mínimo acreditam que o sistema precisa mudar.

Idade mínima para aposentadoria

De acordo com o levantamento, o apoio da população ao estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria aumentou: de 65% em 2015 para 72% em 2019.

Para 80% dos brasileiros, a aposentadoria deveria ocorrer até os 60 anos. O número de entrevistados que acredita que a aposentadoria deve ocorrer com 61 anos ou mais aumentou de 8%, em 2007, para 19%, em 2019.

A maioria dos entrevistados (68%) afirma que, quando alguns grupos se aposentam com regras diferentes, o restante da população é prejudicado.

A pesquisa mostrou ainda que 83% dos brasileiros dizem que não estão dispostos a pagar mais impostos para manter as regras previdenciárias atuais. 59% dos entrevistados defendem que o problema da falta de dinheiro da Previdência deve ser resolvido com mudanças nas regras de aposentadorias e pensões.

Como foi feita a pesquisa

A pesquisa, feita pelo Ibope Inteligência, ouviu 2.000 pessoas em 126 municípios entre os dias 12 e 15 de abril. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, e o grau de confiança é de 95%.