Doria foi agressivo e desrespeitou deputados, diz presidente de comissão
O presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM),criticou o que chamou de declarações "desrespeitosas, atrapalhadas e agressivas" do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Doria teria afirmado, segundo Ramos, que os deputados contrários à inclusão de estados e municípios na reforma são mesquinhos, personalistas, irresponsáveis do ponto de vista fiscal e eleitoreiros.
O presidente da comissão respondeu que "eleitoreiro é quem não tem coragem de enfrentar essa pauta nas suas assembleias [estaduais] e empurra o problema para a Câmara dos Deputados".
No início da semana, o governador paulista disse que a possibilidade de excluir os estados e municípios da reforma é "egoísta, temerária, desnecessária e não recomendável".
Sem data para votar relatório
Ramos divulgou hoje balanço das ações da comissão especial até agora. Ele não definiu uma data para votar o relatório da reforma e comparou a tramitação atual com a da proposta apresentada pelo então presidente Michel Temer.
"Na legislatura anterior foram três dias de debate, posto que houve um acordo e todos os deputados inscritos puderam falar. E três dias de votação porque havia pouco acordo. [Então] existem elementos externos, regimentais e políticos, que não me permitem confirmar um prazo para a votação da matéria", disse.
O deputado afirmou que o prazo para a votação dependerá da data em que ele for entregue pelo relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), do nível de acordo entre os partidos em relação ao texto e da quantidade de destaques com mudanças na redação que serão apresentados.
Após a leitura do relatório no plenário da comissão, serão concedidas duas sessões de vistas coletivas, disse Ramos. As reuniões para definir os procedimentos dos trabalhos, como tempo de fala de membros e não membros, serão definidas até a próxima semana.
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