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Inflação desacelera a 0,13% em maio, menor nível para o mês em 13 anos

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

07/06/2019 09h03Atualizada em 07/06/2019 11h28

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, foi de 0,13% em maio, após ficar em 0,57% em abril. Foi o menor resultado para um mês de maio desde 2006 (0,1%). No ano, a inflação acumulada é de 2,22%.

No acumulado de 12 meses, o IPCA foi de 4,66%. O resultado está dentro do limite da meta do governo, de manter a inflação em 4,25% no ano, com uma tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, ou seja, podendo variar entre 2,75% e 5,75%. As informações foram divulgadas hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"Após subirem em abril, os preços dos alimentos com grande peso na cesta básica caíram devido ao aumento da oferta com a colheita do tomate, das frutas e da segunda safra do feijão. Nos transportes, houve queda de 21,82% no preço das passagens aéreas. Já no grupo saúde e cuidados pessoais, a alta de 2,25% nos remédios em abril, devido ao reajuste anual, passou para 0,82% em maio", disse o analista de Índice de Preços do IBGE, Pedro Kislanov.

Tomate e feijão ficam mais baratos

Quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados mostraram deflação em maio.

O impacto negativo mais intenso (-0,14 ponto percentual) sobre o IPCA no mês passado veio do grupo Alimentação e bebidas (-0,56%). Os destaques negativos e positivos foram:

  • Tomate: -15,08%
  • Feijão-carioca: -13,04%
  • Leite longa vida: +2,37%
  • Cenoura: +15,74%

Conta de luz pesou no bolso dos consumidores

O grupo Habitação (0,98%) apresentou o maior impacto sobre a inflação no mês de maio (0,15 ponto), influenciado principalmente pela alta de 2,18% na conta de luz. Em maio, esteve em vigor a bandeira amarela, com custo extra de R$ 0,01 para cada quilowatt-hora consumido. Além disso, vários reajustes de tarifas começaram a valer.

O gás de botijão, também do grupo Habitação, teve alta de 1,35%, devido ao reajuste médio de 3,43% nas refinarias, autorizado pela Petrobras, a partir de 5 de maio.

Gasolina fica mais cara; passagem aérea cai

No grupo dos Transportes (0,07%), destaca-se a gasolina (2,6%), que apresentou o maior impacto individual no IPCA de maio, com 0,11 ponto percentual. Em todas as regiões pesquisadas, houve alta no preço desse combustível, com destaque para o aumento de 7,17% em Goiânia.

Por outro lado, as passagens aéreas, que haviam subido em abril (5,32%), apresentaram queda de 21,82% em maio, contribuindo com o maior peso individual para redução no índice do mês (-0,1 ponto).

Juros x inflação

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.

No mês passado, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao ano, menor nível da história (o Copom foi criado em 1996).

Economistas consultados pelo Banco Central estimam que a inflação no país terminará o ano a 4,03%.

Por que a inflação no nosso bolso parece maior do que a inflação oficial?

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