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Queda da Selic favorece investimento na Bolsa e em aplicações isentas de IR

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

31/07/2019 18h35

A redução da taxa Selic para 6% ao ano vai encolher ainda mais o ganho da maioria das aplicações de renda fixa e reforçar a atratividade da Bolsa de Valores para os investimentos. Especialistas ouvidos pelo UOL afirmam que o caminho para o pequeno investidor é diversificar as aplicações, com a compra direta de ações na Bolsa ou por meio de fundos de ações e multimercados.

Quem tem perfil mais conservador e não está disposto a correr os riscos do mercado de renda variável deve dar preferência aos títulos de renda fixa prefixados ou corrigidos pela inflação para compensar a tendência de novas quedas dos juros no futuro.

"A essa altura, o ideal é que o investidor mais conservador procure entender como funciona o mercado de renda variável e coloque pelo menos 5% do seu patrimônio em ações", disse Flavio Kokis, responsável pela área de investimentos de pessoas físicas da Genial Investimentos.

Fundo de ações é opção para quem não conhece a Bolsa

O investidor que não conhece bem o funcionamento da Bolsa deve começar suas aplicações por meio de um fundo de ações.

"O fundo possui um gestor, que é um profissional qualificado para administrar o risco e escolher as melhores opções de investimento", afirmou Marcio Espigares, gestor da mesa de varejo da Coinvalores.

Fundos multimercados têm maior flexibilidade para investir

Além do fundo de ações, há também os fundos multimercados, que podem investir em vários produtos ao mesmo tempo --inclusive ações-- e mudar as aplicações de acordo com o cenário econômico, com o objetivo de buscar maiores ganhos para o investidor.

"O multimercado é o primeiro passo para o investidor leigo. Você delega a decisão de investimento para o gestor, que vai escolher qual o melhor ativo para aplicar naquele momento", afirmou Rafael Mazzer, administrador de recursos da área de grandes fortunas do BTG Pactual.

Aplicações isentas de imposto também são interessantes

Além da Bolsa, outra aposta dos especialistas para o cenário de juros baixos são os produtos que têm rendimentos isentos de Imposto de Renda (IR), como os fundos imobiliários e os fundos de debêntures (títulos emitidos por empresas) de infraestrutura.

Assim como nos fundos de ações e multimercados, gestores também analisam os riscos e buscam as melhores oportunidades.

"Há fundos de debêntures que estão rendendo IPCA mais 3,5% ao ano. É uma taxa muito boa diante do patamar atual de juros, ainda mais se você considerar que há isenção de imposto", disse Mazzer.

"Alguns fundos imobiliários estão rendendo 8%, 9% ao ano. É um rendimento atraente e ainda com isenção de IR", declarou Kokis.

Conservador pode buscar título pré ou atrelado à inflação

O investidor conservador, mais avesso ao risco do mercado de ações, ainda pode encontrar oportunidades na renda fixa, em títulos públicos prefixados (Tesouro prefixado) ou indexados à inflação (Tesouro IPCA, antiga NTN-B).

"Os papéis prefixados ganham apelo em um cenário de queda dos juros. É uma forma de travar o rendimento da aplicação no futuro com uma taxa um pouco mais alta", disse André Alírio, economista e operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos.

"As NTN-Bs com vencimentos mais longos ainda estão com taxas interessantes. É uma opção interessante para quem é conservador, pois esse título protege o investimento da inflação e ainda oferece um ganho real", afirmou Marcio Espigares, da Coinvalores.

Pós-fixados rendem menos, mas servem para reserva de emergência

Apesar de a Selic baixa afetar o rendimento dos investimentos pós-fixados, como o Tesouro Selic e os fundos DI, essas aplicações continuam desempenhando um papel importante dentro da carteira de investimentos.

O investidor deve guardar nesses produtos os recursos para gastos inesperados, a chamada reserva de emergência. Em geral, esses investimentos oferecem liquidez diária, ou seja, o dinheiro pode ser sacado a qualquer momento.

"O investidor mais conservador ainda deve manter uma parte dos seus recursos em pós-fixados. Embora não seja o melhor investimento nesse cenário de juros em queda, ele é mais seguro pois não sofre com a volatilidade. Ainda há uma incerteza em relação à aprovação da reforma da Previdência, o que pode afetar os prefixados e as ações, por exemplo", disse Alírio.

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