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Inflação no país acelera a 0,19%, mas é a menor para julho em 5 anos

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

08/08/2019 09h05Atualizada em 08/08/2019 09h33

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, acelerou a 0,19% em julho, após ficar em 0,01% em junho. Esse é o menor nível para a inflação em um mês de julho desde 2014, quando ficou em 0,01%. Em 2019, o índice acumula alta de 2,42%.

No acumulado de 12 meses, o IPCA foi de 3,22%. O resultado está dentro do limite da meta do governo, de manter a inflação em 4,25% no ano, com uma tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, ou seja, podendo variar entre 2,75% e 5,75%. As informações foram divulgadas hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Conta de luz puxou índice

A alta do IPCA em julho foi puxada pelo aumento médio de 4,48% na conta de luz dos brasileiros. Com isso, o grupo habitação fechou com alta de 1,2%, gerando um impacto de 0,19 ponto percentual (p.p) no índice geral.

Dois fatores contribuíram para o aumento no item energia elétrica: a mudança da bandeira tarifária, que passou de verde para amarela, e o reajuste da tarifa em São Paulo, que tem um peso grande no índice.
Pedro Kislanov, analista da pesquisa do IBGE

Segundo Kislanov, se não fosse a energia elétrica, o IPCA de julho ficaria muito próximo da estabilidade, pois outros grupos importantes, como alimentação, transportes e saúde e cuidados pessoais, ficaram praticamente estáveis ou caíram.

Cebola sobe 20,7%; tomate cai 11,28%

O grupo alimentação e bebidas, que responde por cerca de um quarto das despesas das famílias, ficou quase estável, com variação de 0,01%. As principais altas foram da cebola (20,7%), das frutas (2,51%) e das carnes (1,1%).

Por outro lado, os preços do tomate (-11,28%), do feijão-carioca (-8,86%), das hortaliças (-4,98%) e da batata-inglesa (-3,68%) registraram quedas importantes.

Juros x inflação

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.

Na última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu reduzir taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 6,5% para 6% ao ano. É a menor taxa desde que o Copom foi criado, em 1996.

Economistas consultados pelo Banco Central estimam que a inflação no país terminará o ano a 3,8%.

Por que a inflação no nosso bolso parece maior do que a inflação oficial?

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