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Construção critica saque do FGTS: "tiram do investimento para consumo"

11.ago.2016 - José Carlos Martins, presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) - Alan Marques/Folhapress
11.ago.2016 - José Carlos Martins, presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) Imagem: Alan Marques/Folhapress

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

15/08/2019 11h02

O presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins, criticou a decisão do governo de liberar os saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Martins participou de audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados.

"Estão tirando recursos do investimento para o consumo. [O FGTS] É uma das raras poupanças que o Brasil tem. A gente insiste que os recursos do fundo sejam destinados para a geração de empregos formais. Com R$ 40 bilhões investidos no setor da construção civil seria possível construir 400 mil casas e gerar 400 mil empregos imediatos", declarou.

Segundo ele, o saque imediato de R$ 500 por conta e a nova modalidade de saque anual garantem estímulos ao consumo no curto prazo, mas não contribuem para o crescimento sustentável da economia.

"Cada vez que vem uma norma que trata do uso do FGTS tiramos um balde de água de um setor que emprega dois milhões de trabalhadores. Fizemos um levantamento e existiam no Legislativo 450 projetos de lei que desvirtuavam o uso do FGTS", disse.

Martins também criticou a decisão da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal de aprovar ontem um projeto de lei permitindo ao trabalhador sacar o FGTS para pagar curso de educação superior e cirurgias essenciais à saúde. O texto segue para a Câmara dos Deputados, a menos que haja algum recurso para que a matéria seja votada no plenário do Senado.