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'Prévia da inflação' desacelera a 0,08% e é a menor para agosto em 9 anos

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

22/08/2019 09h06Atualizada em 22/08/2019 09h25

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), desacelerou para 0,08% em agosto, após ter ficado em 0,09% em julho. Esse é o menor índice para um mês de agosto desde 2010 (-0,05%).

O acumulado no ano ficou em 2,51% e, em 12 meses, em 3,22%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Gasolina e passagem aérea caem

O grupo Transportes (-0,78%) foi o que mais puxou o índice para baixo em agosto. A gasolina (-1,88%) teve queda pelo segundo mês seguido e contribuiu com o maior impacto individual negativo no mês (-0,08 ponto percentual).

Os preços do etanol (-1,09%), do óleo diesel (-1,7%) e do gás veicular (-0,07%) também recuaram em agosto, levando o resultado dos combustíveis a uma queda de 1,7%.

As passagens aéreas também registraram uma queda importante, de 15,57%, contribuindo com -0,07 ponto percentual no índice do mês.

Tomate fica mais barato, mas cebola sobe

No grupo Alimentação e Bebidas (-0,17%), a principal queda nos preços veio do tomate (-14,79%), com impacto de -0,05 ponto sobre o IPCA-15. A batata-inglesa (-15,09%), as hortaliças e verduras (-6,26%) e o feijão-carioca (-5,61%) também ficaram mais baratos em agosto.

No lado das altas, o destaque ficou com as frutas e com a cebola que subiram 2,87% e 15,21%, respectivamente.

Conta de luz sobe quase 5%

O grupo Habitação (1,42%) foi o que registrou a maior alta no mês, influenciado, principalmente, pelo custo da conta de luz (4,91%), que subiu pelo sétimo mês consecutivo.

Em agosto, passou a vigorar no país a bandeira vermelha patamar 1, com cobrança adicional de R$ 4 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. No mês anterior, estava valendo a bandeira amarela, que tem taxa extra R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Juros X Inflação

Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar a queda dos preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.

Na última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decidiu reduzir taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 6,5% para 6% ao ano. É a menor taxa desde que o Copom foi criado, em 1996.

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

(Com Reuters)

Por que a inflação no nosso bolso parece maior do que a inflação oficial?

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