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Bolsonaro diz que falou com Trump, e EUA não vão sobretaxar aço brasileiro

O presidente Jair Bolsonaro durante entrevista concedida ao programa Poder em Foco, do SBT - Sérgio Lima/Poder360
O presidente Jair Bolsonaro durante entrevista concedida ao programa Poder em Foco, do SBT Imagem: Sérgio Lima/Poder360

Do UOL, em São Paulo

20/12/2019 18h29Atualizada em 20/12/2019 19h25

Resumo da notícia

  • Em transmissão ao vivo no Facebook, Bolsonaro disse ter falado com Trump em um telefonema de 15 minutos
  • No Twitter, Trump escreveu que conversou com Bolsonaro, mas não mencionou a questão das taxas
  • Em 2/12, Trump havia dito que retomaria tarifas sobre importações de aço e alumínio de Brasil e Argentina
  • Na época, ele alegou que os países estariam desvalorizando suas moedas em relação ao dólar

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, em transmissão ao vivo no Facebook, que os Estados Unidos decidiram não impor mais taxas sobre o aço e o alumínio do Brasil, após ter conversado por telefone com o presidente Donald Trump.

Em postagem em sua conta no Twitter, Trump disse ter tido "um ótimo telefonema" com Bolsonaro, mas não mencionou o recuo na decisão de sobretaxar o aço e o alumínio do Brasil.

No dia 2 de dezembro, Trump havia afirmado no Twitter que taxaria o aço e o alumínio do Brasil e da Argentina, alegando que os países estavam desvalorizando suas moedas para obter vantagens no comércio exterior. A medida chamou atenção porque Bolsonaro vê os EUA como um aliado preferencial, e os dois presidentes já trocaram elogios publicamente mais de uma vez.

Telefonema 'de 15 minutos'

"Minha equipe fez contato com a equipe do governo do senhor Donald Trump. E fomos conduzindo a conversa sobre o que seria melhor sobre a sobretaxação do aço e do alumínio", disse Bolsonaro na transmissão.

Agora há pouco, então, tive a grata satisfação de receber um telefone de Trump, uma conversa de 15 minutos. Entendi o que ele queria, e dei meus argumentos. Ele se convenceu, e decidiu dizer a todos nós brasileiros que nosso aço e alumínio não serão sobretaxados. Repito: não serão sobretaxados.
Jair Bolsonaro

"Dessa forma, nossa política continua tendo a melhor força possível, porque há muito o Brasil vinha se afastando dos Estados Unidos", disse. "Os EUA são grandes parceiros nossos, a amizade pessoal, a simpatia que tenho para ele e ele para comigo continuam mais fortalecidas ainda."

Bolsonaro destacou que vem conversando com o governo americano desde o anúncio das taxas. "Nós ligamos muitas vezes e eles ligaram para nós e chegamos a um bom termo", disse.

Comércio sem 'viés ideológico'

O presidente estava acompanhado do ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, e do assessor especial da Presidência Filipe Martins. Segundo ARaújo, isso é uma "prova de que a relação do Brasil com os EUA é muito produtiva" e que trará "resultados concretos para a economia brasileira".

"Estou muito feliz com o senhor Donald Trump, da maneira como se dirigiu ao chefe de Estado brasileiro. E como nós prometemos lá atrás, durante a campanha, o nosso comércio não tem mais viés ideológico. Os EUA são um país importantíssimo para nós. E pode ter certeza, a nossa balança comercial crescerá muito nos próximos anos", declarou o presidente.

Trump tuitou sobre conversa

Trump escreveu no Twitter que recebeu a ligação de Bolsonaro, mas não esclareceu nada sobre a decisão de taxar ou não os produtos brasileiros: "Acabei de ter um ótimo telefonema com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Discutimos inúmeros temas, incluindo comércio. A relação entre os Estados Unidos e o Brasil nunca esteve tão fortalecida".

Taxas anunciadas pela 2ª vez

No ano passado, Trump já havia anunciado sobretaxas de 25% para a importação de aço e 10% para a de alumínio, citando preocupações com a segurança nacional.

Após um acordo, porém, o presidente americano aceitou que a taxação de alguns países, incluindo o Brasil, fosse substituída por cotas limitadas de exportação. No caso do alumínio, a indústria escolheu a taxação de 10% em vez das cotas limitadas.

Quanto aço e alumínio o Brasil exporta aos EUA?

Os EUA são o maior destino das exportações brasileiras de aço, segundo o Instituo Aço Brasil, que representa os produtores do país, como Gerdau, Usiminas e CSN.

Das 16 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos exportados em 2018, 6,6 milhões foram para os EUA, segundo a entidade, o que corresponde a US$ 3,85 bilhões.

A Abal, associação de produtores de alumínio do Brasil, disse que o país exportou 119,5 mil toneladas do metal entre janeiro e outubro deste ano, sendo 52 mil para os EUA.

(Com agências de notícias)

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