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Secretários de Fazenda voltam a pedir dinheiro para enfrentar coronavírus

Hospital no Espírito Santo: maioria das cidades não tem UTIs, destaca comitê - Renan Moreira/Photo Press/Estadão Conteúdo
Hospital no Espírito Santo: maioria das cidades não tem UTIs, destaca comitê Imagem: Renan Moreira/Photo Press/Estadão Conteúdo

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

21/03/2020 17h29

Os 27 secretários de Fazenda dos Brasil reiteram, neste sábado (21), uma carta pedindo R$ 14 bilhões por mês ao governo federal para socorrer os estados pelas perdas de arrecadação com crise da covid-19. Eles querem ainda mais R$ 5 bilhões durante três meses para ações emergenciais de saúde no enfrentamento à pandemia mundial de coronavírus.

O pedido já havia sido feito na quarta-feira (18). Os secretários de Fazenda afirmam, no início da nova carta, que precisam de medidas imediatas para lutar contra a covid-19.

"Com a evolução dos fatos no transcorrer da semana ficou patente a modicidade da avaliação do ambiente econômico da crise no início da semana", disseram eles, reunidos no Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda (Comsefaz).

Eles afirmam que, pelo mundo, há uma "tenacidade" de iniciativas semelhantes às que pedem ao governo federal. "A União Europeia, de forma inédita, acionou 'cláusula de pânico' que libera os gastos públicos. O Reino Unido segregou 330 bilhões de libras esterlinas, 15% do seu PIB, em medidas que incluirão o pagamento de 80% dos salários dos empregados da iniciativa privada, postos em quarentena sem prazo de retorno."

O Comsefaz pede dinheiro e tempo para agir antes do anunciado colapso do sistema de saúde, previsto para abril. "Embora possua a vantagem de ter um programa universal público de assistência médica, o SUS, o Brasil é um país onde menos de 10% de seus municípios possuem UTI, fundamentais para o enfrentamento da crise."

Os secretários finalizam a carta pedindo pressa e que se evitem "delongas". "Contando com a brevidade imposta pela crise atual, e sempre abertos à interlocução, repetimos e insistimos junto ao insigne Ministério da Economia os valores apontados nos indigitados documentos para lastro do desempenho dos estados, que a fragilidade das cidadanias em jogo não conhece mais tempo a perder."