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Coronavírus: crescem audiência e relevância de notícias

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Imagem: Divulgação

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/03/2020 20h41

A pandemia do coronavírus fez a população buscar por fontes garantidas de informação. Segundo uma pesquisa do Datafolha, os programas jornalísticos da TV, jornais impressos, programas jornalísticos de rádio e sites de notícias são vistos pela população como os mais confiáveis na divulgação de notícias sobre a crise.

Já um levantamento da MindMiners, realizado a pedido da agência Leo Burnett, aponta que sites de notícias e TV aberta são os maiores fornecedores de informações verídicas.

De outro lado, como menos confiáveis, estão os conteúdos que vêm de WhatsApp e Facebook. Nas duas plataformas, o índice dos que dizem não confiar nas informações atinge 58% (WhatsApp) e 50% (Facebook). No levantamento da MindMiners, 44% dos entrevistados afirmam que o conteúdo que chega via redes sociais é "pouco ou nada" confiável.

"Em momentos de crise como o que vivemos, sem jornalismo e sem os jornalistas profissionalmente comprometidos com a verdade, nos contaminaremos com a informação enviesada, a infecção fake e, no caso do coronavírus, letal para todos", diz Pyr Marcondes, diretor M&M Consulting.

"O baixo índice de confiança nas redes sociais mostra que as pessoas sabem que precisam questionar as informações o tempo todo. Para isso, recorrem aos meios tradicionais. Há uma diferença muito marcante na importância dos grandes veículos de imprensa na produção de conteúdo", diz Tiago Lara, vice-presidente de Data & Estratégia da Leo Burnett.

A pesquisa do Datafolha foi realizado na semana passada e foram ouvidas 1.558 pessoas. O estudo da MindMiners ouviu 500 entrevistados.

Novas prioridades de consumo

Segundo a Kantar Ibope, o consumo de vídeos dentro dos domicílios cresceu. Três movimentos foram importantes até aqui: o crescimento dia após dia da audiência; um destaque para o aumento do consumo de jovens e crianças e o incremento no consumo de filmes, programas de auditório, realities e programas jornalísticos.

Um maior consumo fez com que diversas operadoras de TV a cabo liberassem canais restritos a apenas alguns pacotes. A Globo, por exemplo, ainda abriu o acesso ao Globoplay, serviço de streaming da empresa, por 30 dias.

Recuperação dos investimentos em publicidade

Com setores quase parados, como a montagem de automóveis, diversos anunciantes suspenderam a veiculação de suas campanhas publicitárias. Mesmo com o crescimento do surto de coronavírus pelo mundo, a consultoria eMarketer acredita que o mercado publicitário, que sofre com a pandemia, deverá recuperar suas forças no segundo semestre de 2020.

A empresa espera que os investimentos globais em publicidade alcancem US$ 691,7 bilhões, um crescimento de 7% se comparado ao ano anterior. Na previsão anterior, a estimativa de crescimento era de 7,4%.

"Ainda há uma forte possibilidade de que o vírus possa ser contido nos próximos meses, permitindo uma recuperação no segundo semestre de 2020. Na maioria dos países, a maior parte dos investimentos em publicidade acontece no final do ano", diz a consultoria.

A eMarketer ainda destaca dois pontos de atenção. Se os Jogos Olímpicos forem cancelados, que ainda pode acontecer, a empresa afirma que "poderia reavaliar a perspectiva". Além disso, as verbas destinadas à mídia exterior podem ter um impacto negativo em todo o mundo, caso "as medidas de distanciamento e isolamento social se expandirem".

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