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Guedes faz apelo a Maia e à Câmara contra reajuste: 'Não assaltem o Brasil'

Do UOL, em São Paulo

15/05/2020 18h35

O ministro da Economia de Jair Bolsonaro (sem partido), Paulo Guedes, fez hoje um apelo à Câmara dos Deputados. Em discurso no qual tratou sobre o impacto do coronavírus na economia, ele citou nominalmente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), no pedido para que não haja reajuste salarial do funcionalismo público até 2021.

"Precisamos da contribuição do funcionalismo público. Dezenas de milhões de brasileiros estão sendo demitidos, milhares de empresas estão fechando, nós só estamos pedindo uma contribuição. Isso vale para funcionalismo de prefeitos, governadores e do governo federal. Nós sempre tivemos a mesma posição, não vamos tirar nada de ninguém. Enquanto o Brasil está de joelhos, nocauteado, por favor, não assaltem o Brasil", afirmou.

"Cabe a mim alertar o Congresso: senhores, vamos refletir? Vamos pensar? Se o presidente da Câmara quer cortar 25% dos salários, por que não só manter constante? Trabalhe por isso, presidente Rodrigo Maia. Colabore conosco, como colaborou quando fizemos a reforma da previdência", acrescentou.

"É a hora de assumir as lideranças, fazer as coisas difíceis. O importante para o Brasil não é só que a liderança politica procure a popularidade. O presidente é popular, ele não é populista", concluiu o ministro.

Além de Guedes, o pronunciamento de hoje também contou com os ministros Damares Alves (Mulher, Família e dos Direitos Humanos), Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo da Presidência).

Segundo Damares, a ideia inicial da coletiva dos ministros era "celebrar" os 500 dias do governo Bolsonaro, mas a urgência do assunto coronavírus mudou a pauta. Porém, eles insistiram na preocupação com a paralisação de serviços e de parte da economia.

Dentro deste argumento, Paulo Guedes disse que não é hora de pedir aumento de salário a policiais ou médicos que vão às ruas para "exercer sua função" e afirmou que o governo não deve dar "medalhas antes da batalha".

"Queremos saber o que podemos fazer de sacríficio pelo Brasil nessa hora, e não o que o Brasil pode fazer por nós. E as medalhas são dadas após a guerra, não antes da guerra. Nossos heróis não são mercenários. Que história é essa de pedir aumento de salário porque um policial vai à rua exercer sua função ou porque um médico vai à rua exercer sua função?", disse.

"Se ele trabalhar mais por causa do coronavírus, ótimo, ele recebe hora extra. Mas dar medalha antes da batalha? As medalhas vêm depois da guerra, depois da luta. O Brasil forte, erguido", acrescentou o ministro.

"Na hora em que estamos fazendo esse sacrifício, que o gigante caiu, o Brasil está no chão, é inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão, que usem a desculpa da crise da saúde para saquear o Brasil na hora que ele caiu", reclamou Guedes.