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Maia diz que aumento de impostos 'cria ambiente de negócios mais hostil'

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) Imagem: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

23/07/2020 18h38

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje que espera um caminho na reforma tributária que não traga aumento de impostos. O parlamentar afirmou em entrevista à CNN Brasil que a sociedade tem rejeitado esse tipo de medida e que exemplos recentes mostraram que o estado não evoluiu com carga tributária mais alta, e que impostos maiores criam "ambiente de negócios mais hostil".

"A questão de aumento de impostos tem que ser tratada com muito cuidado. Eu não sou daqueles acham, como alguns podem imaginar, que consideram que o importante é derrotar o governo. O importante é ser transparente. A sociedade não tem boa vontade, com razão, com aumento de impostos. Nós tivemos aí durante um período, aumento da carga tributária em 9% das nossas riquezas, e isso não gerou um estado moderno. Pelo contrário, fez um estado mais caro, com menos produtividade, com ambiente de negócios mais hostil. Então aumento de impostos sempre gera uma rejeição por parte da sociedade", disse Maia.

O deputado federal disse ainda que espera "construir condições para o Brasil voltar a crescer" a partir do diálogo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para as reformas no Congresso. "E o Brasil crescendo e gerando emprego vai aumentar arrecadação pelo lado positivo, sem aumentar impostos", afirmou.

"Nós vamos ter que encontrar caminhos para que essa receita apareça. Um deles é a redução de gastos obrigatórios, redução de gastos indexados no orçamento público. O outro lado é aumento da arrecadação. Acho que o ideal é que não venha através da criação de novos impostos", acrescentou Maia.

O parlamentar também comemorou o momento de conciliação com Guedes e diálogo com o governo federal, citando o ministro Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo.

"Temos uma agenda sendo pautada, temas que ainda precisam vir à pauta, mas não tenho dúvida de que o diálogo permanente vai nos ajudar exatamente porque tinha muito ruído no meio do caminho, então eu combinei isso com o ministro Guedes e com o ministro Ramos, que a gente vai estar dialogando sempre para que o interesse da sociedade brasileira, do cidadão brasileiro, prevaleça em relação aos interesses políticos, que são legítimos, mas não podem de forma nenhuma atrasar ou atrapalhar o diálogo para a construção de maiorias ou consensos nas votações na Câmara dos Deputados", disse Maia.