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Covas defende ISS fora da unificação de impostos proposta em reforma

Segundo o prefeito, mudança pode levar à queda de R$ 10 bilhões na arrecadação da capital paulista - Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo
Segundo o prefeito, mudança pode levar à queda de R$ 10 bilhões na arrecadação da capital paulista Imagem: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

30/07/2020 18h26Atualizada em 30/07/2020 20h38

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse hoje que a proposta de incluir o ISS (Imposto sobre Serviços) na unificação de impostos prevista na reforma tributária da Câmara dos Deputados "precisa ser corrigida". Segundo Covas, a mudança pode levar à queda de R$ 10 bilhões na arrecadação da capital paulista.

"Para a cidade de São Paulo, a queda na arrecadação de ISS seria algo em torno de R$ 10 bilhões. Então, uma cidade que arrecada algo em torno de R$ 15 bilhões, arrecadaria R$ 5 bilhões. Não há a menor dúvida de que isso precisa ser corrigido, ainda mais quando a gente deve ter uma dificuldade orçamentária muito grande nos próximos anos", defendeu o prefeito em entrevista à CNN Brasil.

O tucano também afirmou que tem acompanhado as discussões sobre a reforma tributária na Frente Nacional de Prefeitos (FNP), da qual foi vice-presidente, e conversado com o relator do projeto no Congresso, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para falar sobre os efeitos das mudanças propostas para as gestões municipais.

"A gente tem acompanhado as discussões que o presidente [da FNP] Jonas Donizette [PSB, prefeito de Campinas (SP)] tem feito. Tenho falado com alguns deputados federais, em especial aqueles que são aqui de São Paulo. Fazemos parte dessa articulação para levar os impactos dessa reforma tributária, do jeito que está construída, para os municípios", comentou.

Desigualdade em SP

Durante a entrevista, Covas ainda falou sobre como os dados do coronavírus em São Paulo provam o tamanho da desigualdade em São Paulo. Segundo último inquérito sorológico realizado pela prefeitura, a incidência da doença é três vezes maior na classe D do que na classe A.

O prefeito ressaltou que essa desigualdade também é racial, não somente financeira: "A população negra e parda tem 60% mais chance de pegar o vírus na cidade de São Paulo do que a população branca", disse.

Ao todo, 1,3 milhão de moradores da capital paulista — ou 11,1% — contraíram a covid-19. Entre os idosos, a taxa de infecção ficou em 13,4%. A prefeitura considera esse dado preocupante, já que na última edição da pesquisa essa porcentagem era de 5%.