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Sem citar Notre-Dame, Guedes diz que há quem não preserve nem um quarteirão

Paulo Guedes: "Que nos ajudem, que paguem os créditos de carbono" -
Paulo Guedes: 'Que nos ajudem, que paguem os créditos de carbono'

Antonio Temóteo e Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

05/08/2020 16h25

O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma crítica indireta à França e ao incêndio da catedral de Notre-Dame, que fica na capital daquele país, Paris. Enquanto defendia a preservação ambiental no Brasil, disse que há países que não conseguiram preservar "um quarteirão" de patrimônio histórico.

"O Brasil é criticado [pelo desmatamento] mundialmente, apesar de todos esses esforços que temos feitos. Até não vou mencionar um exemplo, há países que não conseguiram preservar, às vezes, um quarteirão, foram lá e queimaram um patrimônio da humanidade. E nós temos que preservar uma área que é do tamanho da Europa, sem recursos. Que nos ajudem, que paguem os créditos de carbono, que nos ajudem a manter todas essas áreas de reservas naturais", disse Guedes.

De acordo com dados oficiais do governo, no primeiro semestre deste ano, o país registrou recorde de desmatamento na Amazônia. As declarações foram feitas ao final do debate da comissão da reforma tributária, hoje (5). A reunião virtual durou cerca de cinco horas.

Guedes destacou que o Brasil tem que reduzir ainda mais o desmatamento, mas considerou que o país tem a maior matriz de energia limpa do mundo.

O ministro já havia feito outras críticas a países europeus sobre desmatamento. Há entendimento no governo Jair Bolsonaro (sem partido) de que em várias ocasiões outras nações criticam o desmatamento como estratégia política para influenciar e reduzir o preço das exportações agrícolas do Brasil.

Durante um seminário, em setembro do ano passado, Guedes disse que a mulher do presidente Emmanuel Macron "é feia mesmo". Na noite daquele mesmo dia, em nota oficial, ele se desculpou pelo que chamou de "brincadeira".

Algumas semanas antes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tinha apoiado um comentário ofensivo à esposa de Macron.

Notre-Dame

Em abril do ano passado, a catedral de mais de 800 anos foi consumida por um incêndio. Referência arquitetônica, a igreja era o monumento histórico mais frequentado na Europa.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no último parágrafo do texto, a catedral que foi consumida por um incêndio em abril do ano passado tem mais de 800 anos, e não 180 anos. A informação foi corrigida.