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Premiado repórter investigativo, Amaury Ribeiro Jr. é novo colunista do UOL

O jornalista Amaury Ribeiro Jr., que passa a integrar o time de colunistas de UOL Notícias - Divulgação
O jornalista Amaury Ribeiro Jr., que passa a integrar o time de colunistas de UOL Notícias Imagem: Divulgação

Andrea Torrente

Colaboração para o UOL, em Curitiba

25/09/2020 04h01

O jornalista investigativo Amaury Ribeiro Jr. estreia nesta sexta-feira no time de colunistas do UOL Notícias. Escritor e autor de reportagens premiadas, Ribeiro, 57, é especializado em direitos humanos e já passou pelas principais redações do país. Ao longo da carreira, ganhou três Prêmios Esso, dois imprensa Embratel e quatro Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

"A coluna vai trazer reportagens sobre corrupção, lavagem de dinheiro e rastreamento de dinheiro sujo, que são temas que gosto bastante e tenho estudado muito", afirma Amaury. A matéria de estreia da coluna adianta o indiciamento de quatro fazendeiros por iniciarem incêndios que se alastraram no Pantanal em Mato Grosso do Sul.

Natural de Londrina (PR), Ribeiro é formado em jornalismo pela Universidade Cásper Líbero, em São Paulo. Ele acaba de lançar "Poderosos Pedófilos: 'cidadãos de bem' que exploram e roubam a infância no Brasil" (Editora Matrix), livro-reportagem que reúne 20 anos de trabalho investigativo sobre crimes de prostituição infantil cometidos por juízes, promotores, políticos e outros donos do poder.

Este é o terceiro livro de Ribeiro, que é autor também de "O Lado Sujo do Futebol" (2014) e de "A Privataria Tucana" (2011), finalista do prêmio Jabuti. O primeiro trata de negociatas, fraudes e conchavos na Fifa (Federação Internacional de Futebol) e na CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O segundo apresenta documentos e evidências de irregularidades nas privatizações que ocorreram durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), presidente entre 1995 e 2002.

Prêmios

Ao longo de três décadas de carreira, Ribeiro colecionou muitos prêmios. Em 1996, conquistou o Prêmio Esso pela primeira vez com uma série de reportagens sobre a guerrilha do Araguaia, em colaboração com Adriana Barsotti, Aziz Filho, Cid Benjamin e Consuelo Dieguez. O trabalho recebeu também menção especial no Prêmio Internacional de Jornalismo Rey de España e menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Publicada no jornal O Globo, a série revelou documentos que traziam novas e definitivas versões sobre o movimento guerrilheiro que mobilizou grandes efetivos das Forças Armadas na década de 1970. As reportagens abriram caminho para a descoberta de ossadas de alguns guerrilheiros em cemitérios clandestinos e também para que o Estado brasileiro assumisse a sua responsabilidade nos fatos, com o pagamento de indenizações às famílias.

Ribeiro foi também repórter especial da revista IstoÉ e teve destaque nas redações do Correio Braziliense e do Estado de Minas. Atuou ainda como repórter e produtor especial no núcleo de reportagens investigativas da Rede Record.

Atentado a tiros

O repórter sofreu um atentado durante uma investigação sobre homicídios ligados ao narcotráfico no entorno de Brasília. O crime ocorreu em 2007, enquanto Ribeiro aguardava num bar na cidade de Ocidental (GO). Ele foi baleado na virilha e teve que passar por diversas cirurgias em decorrência do acidente.

Ribeiro foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e em 1997 passou a integrar o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), entidade da qual se desvinculou em 2015 por discordar da forma como eram divulgadas as informações sobre o caso Swiss Leaks, que revelou um gigantesco esquema de evasão fiscal no mundo inteiro por meio do banco HSBC.