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Maia diz que Paulo Guedes "interditou" debate sobre reforma tributária

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e ministro da Economia, Paulo Guedes - ADRIANO MACHADO
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e ministro da Economia, Paulo Guedes Imagem: ADRIANO MACHADO

Do UOL, em São Paulo

29/09/2020 17h18

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Democratas-RJ) disse hoje que o ministro da Economia, Paulo Guedes, interditou o debate sobre a reforma tributária.

"Por que Paulo Guedes interditou o debate da reforma tributária?", questionou Maia, em seu perfil no Twitter.

No início de setembro, Maia escancarou publicamente o rompimento de relações com Guedes após o ministro supostamente proibir encontros de secretários da pasta com o presidente da Câmara. Guedes, por sua vez, confirmou que não deveria procurar o presidente da Câmara para discutir os projetos em tramitação.

"Preciso me recolher um pouco e seguir o rito natural do governo, via presidente da República e os líderes no Congresso. Meu recolhimento não é nada pessoal com Maia, tenho muita gratidão. Mas estou agora enquadrado em um regime de comunicação política regular, acabou meu voluntarismo. Acredito que haverá menos desgaste, eu, Maia, todo mundo", avaliou.

A reforma tributária apresentada pelo governo, deve elevar a carga tributária no país e atinge principalmente empresas de menor porte e setores de serviços ou que tenham a maior parte dos custos com mão de obra, como escolas, salões de cabeleireiros, empresas de segurança, firmas de serviços de faxina, segundo especialistas ouvidos pelo UOL.

O governo disse que fará a reforma tributária por etapas. No primeiro passo, por exemplo, o ministério da Economia propõe a troca do PIS e da Cofins por uma nova contribuição, a CBS (Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços), que tem alíquotas maiores. O PIS e a Cofins somados têm alíquotas que variam de 3,65% a 9,25%. A CBS será de 12%.

O ministro Paulo Guedes tem afirmado que as demais mudanças vão compensar esse aumento de tributo de forma que, no fim, o total de impostos pagos pelos brasileiros não venha a aumentar