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Emprego formal teve alta de 1,98% em 2019, mas com queda salarial de 1,31%

Do total de vínculos formais de 2019, 79,3% eram CLT e 18% estatuários - Marcos Santos/USP Imagens
Do total de vínculos formais de 2019, 79,3% eram CLT e 18% estatuários Imagem: Marcos Santos/USP Imagens

Do UOL, em São Paulo

26/10/2020 16h50Atualizada em 26/10/2020 18h31

O número de empregos formais no Brasil registrou uma alta de 1,98% no ano passado em comparação com 2018. No período, o mercado formal totalizou 47.554.211 empregos — 923 mil a mais do que em 2018. É o maior estoque de empregos ativos desde 2015. As informações foram divulgadas hoje pela Rais (Relação Anual de Informações Sociais).

Entretanto, os dados da Rais mostram que a remuneração média dos empregos formais caiu 1,31%, atingindo R$ 3.156,02. No ano anterior, o salário médio era R$ 42,03 maior.

Os dados demonstram a retomada de geração de empregos no Brasil, antes da pandemia do novo coronavírus. De acordo com a Rais, o ano de 2019 marcou o quarto maior estoque da série histórica, iniciada em 1985, e o terceiro ano consecutivo de crescimento. Em relação a 2010, os dados apresentam uma alta de 7,9%.

Do total de vínculos formais de 2019, 79,3% eram CLT, 18% estatuários e 2,7% possuíam outros tipos de vínculos, como aprendizes, contratos temporários, trabalhadores avulsos, entre outros.

O estoque de vínculos com contrato de trabalho intermitente foi de 156.756, o que representa um aumento de 154% em relação ao ano anterior. Já os vínculos de trabalho em tempo parcial totalizaram 417.450, um crescimento de 138% em relação a 2018.

Queda da remuneração em 21 estados

Houve redução real da remuneração média nas cinco regiões do Brasil e em 21 das 27 unidades federativas. Cresceram apenas o Amazonas (2,97%), Distrito Federal (2,46%), Tocantins (2,24%), Amapá (2,23%), Ceará (0,49%) e Rio Grande do Norte (0,09%).

As unidades federativas com maior remuneração média são Distrito Federal (R$ 5.902,15), Amapá (R$ 4.154,29) e Rio de Janeiro (R$ 3.645,25). Ainda de acordo com a Rais, Paraíba (R$ 2.404,01), Alagoas (R$ 2.445,72) e Ceará (R$ 2.463,14) registraram os menores valores em 2019, na comparação com o ano anterior.

Perfil dos trabalhadores

A maioria dos trabalhadores formais é homem (56%), tem o ensino médio completo (49,8%), idades entre 30 e 39 anos (30,7%) e se declarou branco (38,9%). Apenas 1,1% declarou ter algum tipo de deficiência.

Em 2019, também foi registrado um crescimento relativo das pessoas que se declaram pretas (+5,61%) e pardas (+3,22%). Também se observa aumento mais expressivo no número de vínculos para pessoas acima de 60 anos (7,56%). Já na faixa de 40 a 49 anos, a variação positiva é de 3,68%.

Para grau de instrução, verifica-se aumento relativo da quantidade de vínculos para as categorias de maior escolaridade: ensino médio completo (+3,88%), superior incompleto (+5,86%) e superior completo (+1,50%).

Setores

Com 26.962.984 novos vínculos, o setor de serviços foi o destaque de 2019. É uma alta de 1,44% em relação ao ano anterior.

Já a atividade econômica com maior crescimento do estoque em relação a 2018 foi o de construção, com variação positiva de 9,64%. O setor fechou 2019 com 2.167.752 vínculos ativos.

Na sequência, aparecem agropecuária (1.482.537 empregos), comércio (9.385.181 postos de trabalho) e indústria (7.555.757 vínculos).