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Após dizer que imposto estava 'morto', Guedes volta a considerar nova CPMF

"Se tributarmos as transações, quem não pagava [imposto] vai começar a pagar", disse Guedes - Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
"Se tributarmos as transações, quem não pagava [imposto] vai começar a pagar", disse Guedes Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

12/11/2020 15h38Atualizada em 12/11/2020 16h54

Duas semanas após dizer que a ideia estava "morta", o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a considerar a criação de um imposto sobre transações digitais, semelhante à antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), para financiar a desoneração da folha de pagamento das empresas.

Em comentário sobre a reforma tributária, Guedes negou que a adoção de uma "CPMF digital" levaria ao aumento de impostos no país, somente à "substituição". O ministro também defendeu a taxação de dividendos como forma de compensar a redução da tributação sobre o lucro das empresas.

"Não haverá aumento de imposto para quem paga imposto. Agora, quem nunca pagou vai pagar. Vai haver aumento de imposto sobre dividendos? Vai. Vai aumentar o imposto sobre quem estava isento antes e nunca pagava? Vai. Se nós tributarmos as transações, quem não pagava vai começar a pagar", explicou Guedes durante live promovida pela ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados).

Ele reconheceu, no entanto, que as decisões sobre o tema dependem de negociação, repetindo que é a política que dá o timing das reformas. "Foi a política que permitiu a remoção dos privilégios na Previdência [Social], a retomada dos leilões do petróleo, o envio da reforma administrativa...", listou.

Guedes também garantiu que o governo prorrogará o auxílio emergencial caso haja uma segunda onda de casos de covid-19 no Brasil. Apesar de reconhecer que esta não é a expectativa, e sim uma medida de contingência, o ministro disse que a renovação do benefício, se necessária, está prevista pela equipe econômica.

"Não é possibilidade, é certeza. Se houver segunda onda da pandemia, o Brasil reagirá como da primeira vez. Vamos decretar estado de calamidade pública e vamos recriar auxílio emergencial", afirmou.