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Operação desarticula esquema de propina na Receita e bloqueia R$ 519,8 mi

Joias e barras de ouro apreendidas hoje pela Polícia Federal no Leblon, no Rio de Janeiro, dentro da operação Armadeira 2 - Polícia Federal/Divulgação
Joias e barras de ouro apreendidas hoje pela Polícia Federal no Leblon, no Rio de Janeiro, dentro da operação Armadeira 2 Imagem: Polícia Federal/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

18/11/2020 08h50Atualizada em 18/11/2020 10h19

O MPF (Ministério Público Federal) e a Polícia Federal (PF) realizam hoje uma nova fase da operação Armadeira com o objetivo de desarticular um esquema de arrecadação de propinas na Receita Federal no estado do Rio de Janeiro. Estão sendo cumpridos 46 mandados de busca e apreensão em empresas e residências de envolvidos no esquema, auditores federais, empresários e contadores na capital, Niterói, Teresópolis e Nova Iguaçu.

Entre os alvos da operação Armadeira 2 estão empresas de cigarros e bebidas, além de duas grandes redes de supermercados que se beneficiaram do esquema por serem objeto de fiscalização da Receita Federal pela suspeita de compra de notas frias para obtenção ilícita de créditos tributários e redução de pagamentos de impostos.

Uma das redes contava com a intermediação de um auditor-fiscal aposentado que presta assessoria ao grupo, com indícios de pagamento de propina desde 2007. Outra rede tinha ajuda de um contador que, de acordo com as investigações, possui íntima relação com auditores-fiscais integrantes do esquema.

Devido aos indícios da prática de atos de corrupção e de lavagem de dinheiro, a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro determinou o bloqueio de bens dos investigados no montante total de R$ 519,8 milhões e o afastamento imediato dos auditores na ativa.

Dinheiro operação Armadeira 2 - Polícia Federal/Divulgação - Polícia Federal/Divulgação
Dinheiro encontrado na carro de um dos alvos da operação Armadeira 2, em uma casa em Teresópolis (RJ). Foram achados R$ 22.400
Imagem: Polícia Federal/Divulgação

Após o início da operação Armadeira em outubro de 2019, as investigações prosseguiram com a colaboração premiada de um dos auditores-fiscais investigados nesta primeira fase, que revelou detalhes do funcionamento do esquema de arrecadação de propina no âmbito da Superintendência da Receita Federal na 7ª Região Fiscal, nas suas mais diversas ramificações.

Relatórios apresentaram indícios veementes da prática de corrupção e de lavagem de capitais pelos auditores-fiscais investigados. Esses relatórios, ao lado de diversos outros elementos colhidos pelo MPF no curso das investigações, corroboraram os fatos relatados pelo colaborador.