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ANAC libera retorno da operação com aeronaves Boeing 737 MAX no Brasil

Atualmente, apenas a Gol Linhas Aéreas possui aeronaves Boeing 737 MAX no Brasil - Divulgação/Gol Linhas Aéreas
Atualmente, apenas a Gol Linhas Aéreas possui aeronaves Boeing 737 MAX no Brasil Imagem: Divulgação/Gol Linhas Aéreas

Do UOL, em São Paulo

25/11/2020 15h57Atualizada em 25/11/2020 16h32

A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizou hoje o retorno da operação das aeronaves modelo Boeing 737-8 MAX no Brasil. Em um processo que demorou cerca de dois anos, a validação das mudanças no projeto foi feita pela agência após a aprovação da autoridade certificadora, a norte-americana FAA (Administração Federal de Aviação, na sigla em inglês).

A retirada das restrições à operação do 737 MAX no Brasil aconteceu depois de a ANAC concordar com a avaliação da FAA de que todos os elementos técnicos e regulatórios necessários para solucionar as questões de segurança foram cumpridos.

Dentre as exigências, estava a determinação para a reconfiguração do sistema de controle de voo, a correção do roteamento do conjunto de cabos, revisões de procedimentos incorporados ao manual de voo e testes de recalibração dos sensores. Adicionalmente, foi feita uma reformulação do programa de treinamento dos pilotos.

A Diretriz de Aeronavegabilidade da FAA, divulgada no último dia 20, também foi adotada pela ANAC e tem vigência automática no Brasil, devendo ser cumprida de imediato pelos operadores aéreos que pretendem operar o modelo. Hoje, apenas a Gol possui aeronaves Boeing 737 MAX no País.

Próximos passos

Tecnicamente, o retorno das operações é permitido com a revogação da Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (DAE) nº 2019-03-01, que proibia a operação comercial do 737 MAX no país, e com a comprovação do cumprimento das exigências de treinamento para tripulação e de projeto para os aviões.

A DAE também foi revogada hoje, e a Gol segue implementando, sob supervisão, os requisitos necessários para retorno das operações com as aeronaves em segurança.

Ressaltando a importância da coordenação entre as autoridades para o retorno da operação da aeronave, o superintendente de Aeronavegabilidade da ANAC, Roberto Honorato, considera que "essa avaliação minuciosa do sistema de controle de voo é um registro sem precedentes na história da aviação".

Continuam em andamento a implementação de outras melhorias, que não influenciam na volta do Boeing 737 MAX. O objetivo, segundo a ANAC, é o aprimoramento da utilização do modelo e de suas funcionalidades.

Dois acidentes e 346 mortos

A operação do 737 MAX foi suspensa em vários países do mundo após dois acidentes com o modelo, ocorridos em um intervalo de menos de cinco meses, deixarem 346 mortos.

O primeiro aconteceu em 28 de outubro de 2018, quando um avião da Lion Air caiu no mar de Java, na Indonésia, 13 minutos após a decolagem, vitimando 189 passageiros e tripulantes. A aeronave havia partido do Aeroporto Internacional Soekarno-Hatta, em Jacarta, em direção ao Aeroporto Depati Amir, em Pangkal Pinang, também na Indonésia.

O segundo acidente, em 10 de março de 2019, envolveu um avião da Ethiopian Airlines que decolou seis minutos antes do Aeroporto Internacional Bole, em Adis Abeba, Etiópia, com destino ao Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, em Nairóbi, no Quênia. Na ocasião, todos os 157 passageiros e tripulantes morreram.