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Bolsa dos EUA que abriga Amazon e Google quer regras para maior diversidade

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Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

02/12/2020 12h32

Resumo da notícia

  • Companhias terão que ter diretores no conselho que sigam critérios de diversidade
  • Prazo para companhias aderirem às regras será de dois a quatro anos
  • Proposta depende ainda de aprovação por órgão regulador dos EUA

A Nasdaq, a Bolsa de Valores eletrônica dos Estados Unidos, onde são negociadas principalmente ações de grandes empresas de tecnologia, como Facebook, Google e Amazon, apresentou ontem (1º) uma proposta de novas regras de listagem relacionadas à diversidade. A proposta foi levada à SEC (Securities and Exchange Commission, o órgão regulador americano).

Se aprovadas pela SEC, as novas regras de listagem vão exigir que todas as empresas listadas na Nasdaq divulguem publicamente suas estatísticas de diversidade no conselho de administração de forma consistente e transparente. Além disso, a maioria das empresas com ações nessa Bolsa deverá ter pelo menos uma mulher na diretoria e um diretor que se identifique como alguma outra minoria. Se não tiver, terá que se explicar.

Empresas estrangeiras e menores teriam flexibilidade para atender aos requisitos.

A proposta da Nasdaq vai na direção de proposta apresentada no Brasil pelo movimento negro, que busca tornar mais rigorosas as regras de estímulo à diversidade para as empresas que têm ações listadas e que fazem parte dos índices de sustentabilidade.

Segundo a Educafro, que lidera essa posição, o índice de sustentabilidade existente na B3, a Bolsa brasileira, pode ser aperfeiçoado para aumentar o peso da diversidade.

A Nasdaq diz que o objetivo da proposta é dar ao mercado uma melhor compreensão da composição atual do conselho das empresas e aumentar a confiança dos investidores de que todas as companhias com ações na Bolsa estão atuando para ampliar a diversidade na seleção de diretores.

O objetivo da Nasdaq é defender o crescimento inclusivo e a prosperidade para impulsionar economias mais fortes.
Adena Friedman, presidente e CEO da Nasdaq

Para justificar a proposta, a Nasdaq disse que diversos estudos apontaram que existe uma relação entre diversidade, melhor desempenho financeiro e governança corporativa.

Segundo a proposta, todas as empresas listadas na Nasdaq serão obrigadas a divulgar publicamente estatísticas de diversidade no conselho seguindo padrões de divulgação da Nasdaq.

Todas as empresas deverão ter um diretor que obedeça aos critérios de diversidade dentro de dois anos após aprovação da regra de listagem pela SEC.

As empresas listadas no Nasdaq Global Select Market e Nasdaq Global Market, grupo formado principalmente por companhias estrangeiras, deverão ter dois diretores da diversidade dentro de quatro anos da aprovação da regra de listagem pela SEC.

Para as empresas que não estão em posição de cumprir os objetivos de composição do conselho dentro dos prazos exigidos, elas não estarão sujeitas a exclusão se fornecerem uma explicação pública dos motivos para o não cumprimento dos objetivos.