IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Eduardo Simon, da DPZ&T: "Marcas precisam entreter através da comunicação"

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/02/2021 04h01

As pessoas mudaram suas formas de consumidor conteúdo. Com o crescimento das plataformas de streaming, como Netflix, Disney+ e Prime Video, o consumidor passou a aceitar menos interrupções em seus programas. Isso fez com que as marcas precisassem de novas estratégias para alcançar seus consumidores.

No episódio desta semana do podcast Mídia e Marketing, Eduardo Simon, CEO e sócio da agência DPZ&T, fala sobre como a publicidade tem atuado em novas frentes para construir novas relações, também emocionais, com o público.

"As plataformas de mídia sob demanda estão tomando espaço da vida das pessoas. As pessoas não aceitam mais serem interrompidas. Isso cria um grande desafio para as marcas. Como eu comunico com uma geração que não está habituada a ser interrompida? As marcas têm que aprender a entreter através da comunicação", declara o executivo (no arquivo acima, este trecho está a partir de 6:06).

Para Simon, as marcas precisam conquistar a audiência de tal forma que as pessoas se transformem em ferramenta de comunicação. Como exemplo, ele cita a campanha feita pela DPZ&T para a Renault, quando a agência recriou um possível final do seriado Caverna do Dragão, febre nos anos 1980.

"As pessoas, hoje, são parte da estratégia de divulgação das marcas. Precisamos entender menos de propaganda e mais de entretenimento, precisamos entender do que as pessoas estão falando naquele momento", afirma (a partir de 8:20).

A DPZ&T é responsável pela publicidade de marcas como Mc Donald's, Ambev, Nestlé e Natura - o executivo ainda cita a campanha criada para a marca de cosméticos no Dia dos Pais ano passado, que gerou polêmica por contar a presença de Thammy Miranda em uma das ações publicitárias.

"A campanha poderia ser apenas uma campanha de Dia dos Pais, mas ela virou a campanha mais falada do ano porque a gente colocou a discussão sobre diversidade, colocando um pai transexual no meio de outros país. Aquilo gerou uma enorme discussão. Isso tem a ver com uma nova geração, que não olha apenas para atributos racionais dos produtos", diz (a partir de 11:02).

Simon também fala como a comunicação tem ganhado espaço nas empresas por causa da velocidade em que os segmentos estejam se transformando - o negócio das montadoras de automóveis, por exemplo, que agora estão alugando carros por assinatura.

"A combinação do uso de dados, tecnologia e criatividade pode mudar o negócio do cliente. Para isso, todo mundo da agência tem que ser criativo e entender dos negócios dos clientes", afirma (a partir de 26:45).