Sindicato apoia troca de comando na Petrobras e quer nova política de preço
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) comemorou a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de trocar o comando da Petrobras, mas afirma que "de nada adianta" se não houver mudança na política de preços da empresa.
"Finalmente, [Roberto] Castello Branco caiu, após as paralisações da categoria petroleira e as denúncias que nós fizemos sobre a política de preços de combustíveis nefasta para a população brasileira", afirmou Deyvid Bacelar, coordenador geral da entidade, em nota da entidade e em vídeo publicado em redes sociais. "Mas, não adianta mudar o presidente da Petrobras se o PPI (Preço de Paridade de Importação) continuar."
Troca ainda precisa ser aprovada
Na sexta-feira (19), Bolsonaro publicou post em redes sociais comunicando a indicação do general Joaquim Silva e Luna para substituir o atual presidente da empresa, Roberto Castello Branco.
A saída já era especulada há dias, após críticas do presidente à gestão da estatal e ao aumento do preço dos combustíveis.
A escolha do governo ainda precisa ser aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras. O mandato de Castello Branco termina em 20 de março.
Silva e Luna era diretor-geral da Itaipu Binacional e já foi ministro da Defesa durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), em 2018.
Política de preços encarece combustível, diz FUP
Em nota, a FUP afirmou que a indicação do general "gera dúvidas sobre a condução da nova política de preços da empresa".
A Federação diz que a atual política de reajuste, que acompanha o preço do petróleo no mercado internacional, resulta em "combustíveis caros, fretes e alimentos em alta, inflação subindo".
"Para a FUP, a saída de Castello Branco é a oportunidade de a Petrobras reforçar sua posição integrada e verticalizada, 'do poço ao posto', como são as grandes petroleiras do mundo", afirma.
Crítica a vendas de bens da Petrobras
A entidade critica outros pontos da gestão de Castello Branco, como a venda de bens da companhia, entre eles a BR Distribuidora, a Liquigás, campos de petróleo e gás natural, termelétricas e usinas eólicas que, segundos ela, reduz o valor da Petrobras a longo prazo e seu papel na economia nacional.
"Com a queda de Roberto Castello Branco, a FUP e seus sindicatos esperam que a Petrobras retome seu protagonismo na economia brasileira", diz a entidade.
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