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Bolsonaro diz que dívida de R$ 700 bi com pandemia impediu correção no IR

Bolsonaro durante cerimônia no Palácio de Planalto - Adriano Machado/Reuters
Bolsonaro durante cerimônia no Palácio de Planalto Imagem: Adriano Machado/Reuters

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/03/2021 21h26Atualizada em 01/03/2021 22h05

Após não fazer alterações na tabela do imposto de renda no Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que os gastos do país com a pandemia impediram que a promessa de correção feita na campanha para presidente fosse cumprida.

"Eu ia mexer na tabela do imposto de renda, mas a pandemia me fez endividar 700 bilhões, e aí tem uns caras que me enchem dizendo que eu não assumi compromisso de campanha. É verdade, mas não esperava gastar 700 bilhões para o vírus", disse o presidente ao chegar no Palácio da Alvorada nesta noite.

A Receita Federal liberou hoje o programa para declaração do Imposto de Renda em 2021. A isenção do imposto hoje vale para quem ganha até R$ 1.903,98 por mês (menos de dois salários mínimos). Caso a tabela fosse corrigida pela inflação, a insenção valeria para todos que ganham até R$ 4.022,89.

Na campanha presidencial em 2018, Bolsonaro chegou a prometer isentar todos os brasileiros que recebem até cinco salários mínimos. Em 2019, a promessa mudou para que quem recebe até R$ 3.000 pudesse ficar isento do imposto.

Já são seis anos sem reajuste nas faixas salariais de cobrança do Imposto de Renda. O cálculo é que 10,5 milhões de brasileiros estariam isentos do imposto se houvesse a correção da tabela.

Dívida de 700 bilhões

As contas do governo federal registraram uma dívida acumulada de R$ 743,1 bilhões, informou o Tesouro Nacional em balanço divulgado em janeiro. Em 2019, esse déficit foi de R$ 95,1 bilhões, mostrando o impacto da pandemia nas contas públicas.

Ano passado, os gastos primários voltados para combate à pandemia da covid-19 totalizaram R$ 520,9 bilhões, de um total de R$ 599,7 bilhões
aprovados até o final de dezembro.

Em balanço do ano publicado no fim de 2020, o Tesouro Nacional destacou que as incertezas causadas pela pandemia poderiam impactar a economia no ano de 2021.

"Para 2021, observa-se o aumento recente das incertezas em relação aos impactos da segunda onda da pandemia de covid-19. O espaço fiscal que o país dispõe para a implementação de novas medidas de enfrentamento dos impactos econômicos e sociais da pandemia é limitado", afirmou o balanço de resultados do Tesouro Nacional.