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Consumidores contam o que diriam a Guedes se o encontrassem no supermercado

Antônio de Moraes, segurança particular Imagem: Anahi Martinho/UOL

Anahi Martinho

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/03/2021 11h57

Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que recebe elogios e agradecimentos quando vai ao supermercado, o UOL visitou estabelecimentos da capital paulista para saber o que os consumidores diriam se encontrassem o ministro ali nos corredores.

No supermercado Mambo da avenida Vereador José Diniz, no Brooklin, o segurança particular Antônio de Moraes comprava pão, frios e Coca-Cola na tarde de segunda-feira (15). "Está caro", afirmou.

Eu perguntaria o que ele consegue comprar com um salário mínimo. Se ele seria capaz de viver com esse salário.
Antônio de Moraes, segurança particular

O governo subiu o salário mínimo de R$ 1.045 para R$ 1.100 neste ano, reajuste que ficou abaixo da inflação acumulada em 2020.

A nutricionista Roberta Freitas, cliente do Pão de Açúcar da avenida Ibirapuera, em Moema, disse que o melhor seria ficar calada. "Minha avó tinha um ditado: quando você não tem uma coisa boa para falar, é melhor ficar quieto. Então se eu o encontrasse, ficaria quieta, porque não teria nada de bom para falar", disse.

Roberta Freitas, nutricionista Imagem: Anahi Martinho/UOL

"Eles todos [governo Bolsonaro] vivem no mundo da lua, no reino do faz de conta. Acham que são maravilhosos, que o país está indo muito bem. É uma cegueira", protestou Roberta, enquanto baixava os óculos para conferir o preço do azeite.

Eles falam que não tem inflação. Não sei onde, porque tudo está subindo muito. Uma coisa que eu compro por R$ 6, na semana seguinte está R$ 6,50, na outra está R$ 7,20. Eles vão comendo pelas beiradas. Realmente, estamos vivendo tempos difíceis. Além da pandemia, nossa gestão está entregue.
Roberta Freitas, nutricionista

No mesmo supermercado, a confeiteira Chadia Salomão concorda que os preços estão altos, mas diz que Guedes não tem culpa.

Está assustador. Carne, laticínios, arroz, feijão, es tudo caro. Mas ele [Guedes] não tem culpa, quem tem culpa são os governantes estaduais, que estão fazendo dessa pandemia um jogo, uma baixaria.
Chadia Salomão, confeiteira

Chadia Salomão, confeiteira Imagem: Anahi Martinho/UOL

Eu votei em Bolsonaro, mas isso [a alta dos preços] tem a ver com o governo estadual. A economia vai afundar porque ninguém trabalha. Vamos morrer de fome, e o vírus vai continuar aí. A culpa não é do Paulo Guedes, porque ele não tem muito o que fazer, não entende de economia e não tem como ajudar. O povo está de mãos atadas, não é [questão de] partido, não é ideologia.
Chadia Salomão, confeiteira

A operadora de câmera Danuzia Chaves, que fazia compras no Pão de Açúcar da avenida Angélica, no Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, afirmou que, se encontrasse Guedes, diria para o ministro estudar.

Já que não pode falar palavrão, eu mandaria ele para bem longe. E falaria para ele estudar, encontrar pessoas novas para o auxiliarem nessa caminhada que está muito errada.
Danuzia Chaves, operadora de câmera

Danuzia Chaves, operadora de câmera Imagem: Anahi Martinho/UOL

O estudante universitário Lucas, que fazia compras em Moema e não quis informar o sobrenome, afirma que tem se surpreendido com os preços dos produtos ao longo dos últimos meses.

"Eu diria para o ministro que a desvalorização do real só fez aumentar muito os preços. Mesmo que os grandes produtores [de alimentos] sejam beneficiados, para a população em geral, está sendo bem prejudicial", afirmou.

A publicitária e empresária do ramo de eventos Ana Cândido diz que a solução seria reduzir os impostos na pandemia.

Ana Cândida, publicitária Imagem: Anahi Martinho/UOL

Pediria que Guedes pensasse no povo humilde, que ele baixasse pelo menos os impostos nessa época de pandemia, principalmente valor de IPTU. Eu tenho empresa, e os impostos estão cada vez maiores. Estamos esperando essa vacina que vem a conta-gotas e não estamos podendo trabalhar da forma como a gente gostaria.
Ana Cândido, publicitária e empresária

O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) é um tributo municipal, não federal.

"Com relação aos preços, está um absurdo, cada vez mais caro. Estamos ganhando cada vez menos e tendo que gastar mais", afirma.

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